O Banco Central iniciou hoje a fase 2 do open banking. Nessa fase, os clientes poderão solicitar o compartilhamento de seus dados cadastrais sobre serviços bancários tradicionais (contas, crédito e pagamentos) entre as instituições bancárias participantes do open banking. O compartilhamento só é feito mediante autorização prévia dos clientes e pode ser cancelado a qualquer momento.
Segundo o Banco Central, a partir da fase 2 os clientes poderão receber ofertas de produtos e serviços mais adequados ao seu perfil, a custos mais acessíveis e de forma mais segura. Também poderão surgir soluções mais personalizadas de gestão e de aconselhamento sobre finanças. Do ponto de vista das instituições, elas poderão começar de fato a desenvolver novos produtos e serviços financeiros.
É importante esclarecer que o open banking é um ecossistema financeiro e não um produto por si só, ou seja, é um ecossistema a partir do qual as instituições participantes poderão desenvolver produtos, melhorar suas ofertas e otimizar processos. Mas para isso acontecer na prática, tanto os clientes precisam compartilhar seus dados, quanto as instituições precisam pensar em novos produtos e serviços para tirar o melhor proveito de um sistema bancário mais aberto.
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A implementação da segunda fase será escalonada em quatro etapas e haverá limites para a quantidade de autorizações de compartilhamento. Por exemplo, na primeira etapa, que vai até 12 de setembro, o limite de clientes que poderão autorizar esse compartilhamento é de 0,1% da base de clientes da origem dos dados (PF e PJ). O percentual vai aumentando até chegar a 10% na quarta etapa. Após isso, o compartilhamento será liberado para a integralidade da base de clientes.
O rol de informações que podem ser compartilhadas também aumenta conforme as etapas.
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O cronograma do open banking prevê o início da terceira fase para 30 de agosto. Nessa fase, os consumidores terão acesso a serviços como pagamentos e propostas de crédito além dos canais das instituições financeiras. O consumidor ganha mais autonomia para acessar serviços financeiros por outros canais. Mas nem todos os serviços estarão disponíveis, a oferta será escalonada devido a uma resolução publicada pelo Banco Central que alterou as fases 3 e 4.
Fases do open banking no Brasil
- Fevereiro, 2021 – Fase 1
Nesse momento, as instituições financeiras cuja adesão é compulsória e aquelas que optaram por participar compartilham informações padronizadas de produtos e serviços bancários. Nessa fase nenhum dado de cliente é compartilhado. - Agosto, 2021 – Fase 2
A partir daqui, o cliente terá participação mais ativa e poderá solicitar o compartilhamento de seus dados e informações financeiras entre instituições. O maior ganho para o consumidor será a customização de ofertas e produtos. O ecossistema financeiro será sacudido por inovação e competitividade.
A segunda fase estava prevista para iniciar em 15 de julho, mas foi adiada para 13 de agosto e escalonada em etapas que terminam em outubro. - Agosto, 2021 – Fase 3
Nessa fase, os consumidores terão acesso a serviços como pagamentos e propostas de crédito além dos canais das instituições financeiras. O consumidor ganha mais autonomia para acessar serviços financeiros por outros canais. Mas nem todos os serviços estarão disponíveis, a oferta será escalonada devido a uma resolução publicada pelo Banco Central que alterou as fases 3 e 4.
Com a alteração do BC, neste ano, apenas as transferências via PIX estarão disponíveis nesse esquema de integração do open banking. A iniciação de pagamentos via outros métodos (boletos, débitos em conta, por exemplo) será possível somente a partir de 2022. - Dezembro, 2021 – Fase 4
O escopo do open banking é ampliado: informações de operações de câmbio, de investimentos, de seguros, de previdência e de contas-salário poderão ser compartilhadas, mediante autorização. A última fase do open banking inicia em 15 de dezembro e termina em 31 de maio de 2022.
(Cronograma atualizado conforme mudanças anunciadas pelo Banco Central)