Economia

Banco Mundial prevê alta de 3.7% para o PIB da América Latina em 2021

Novos projeções divulgadas nesta terça-feira apontam para crescimento global de 4%, mas com riscos negativos ainda latentes

Logo do Banco Mundial
Logo do Banco Mundial. Foto: REUTERS/Johannes P. Christo/Arquivo
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  • Com o controle bem-sucedido da pandemia e um processo de vacinação mais rápido, o crescimento global pode acelerar para quase 5%, disse o banco em seu último relatório de Perspectivas Econômicas Globais;
  • O Produto Interno Bruto agregado de mercados emergentes e economias em desenvolvimento – incluindo a China – deve saltar 5% em 2021, após uma contração de 2,6% em 2020.

A economia global deve crescer 4% em 2021 depois de encolher 4,3% em 2020, disse o Banco Mundial nesta terça-feira, embora tenha alertado que o aumento das infecções por COVID-19 e atrasos na distribuição das vacinas podem limitar a recuperação para apenas 1,6% neste ano.

A previsão semestral do Banco Mundial mostrou que o colapso na atividade devido à pandemia de coronavírus foi ligeiramente menos grave do que o previsto anteriormente, mas a recuperação também estava mais moderada e ainda sujeita a consideráveis riscos negativos.

“A perspectiva de curto prazo permanece altamente incerta”, disse o Banco em um comunicado. “Um cenário negativo em que as infecções continuem a aumentar e o lançamento de uma vacina seja adiado pode limitar a expansão global a 1,6% em 2021.”

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Com o controle bem-sucedido da pandemia e um processo de vacinação mais rápido, o crescimento global pode acelerar para quase 5%, disse o banco em seu último relatório de Perspectivas Econômicas Globais.

Para a América Latina e o Caribe, as novas projeções da organização apontam para um crescimento do PIB de 3,7% neste ano – uma recuperação fraca após uma queda estimada de 6,9% para 2020.

“O volume das exportações de bens da região caiu 8% em relação aos três primeiros trimestres do ano passado”, descreve a organização, e o Caribe se viu fortemente atingido pelo impacto da pandemia no turismo. “Em um cenário negativo em que a distribuição das vacinas é atrasada”, alertou a entidade sediada em Washington, “o crescimento da região pode ser ainda menor, de 1,9%”.

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Veja as previsões em mais detalhes:

  • No Brasil, a melhoria da confiança do consumidor e as condições favoráveis ​​de crédito devem apoiar uma recuperação do consumo privado e do investimento, levando o crescimento de 2021 para 3%. O setor de serviços se recuperará mais lentamente do que o setor industrial devido à persistente aversão ao risco entre os consumidores;
  • No México, a recuperação se baseia principalmente na recuperação das exportações, à medida que a economia dos EUA se recupera e a incerteza comercial diminui após a entrada em vigor do Acordo Estados Unidos-México-Canadá em meados de 2020. O país deve crescer 4,9% neste ano;
  • Por sua vez, a economia na Argentina crescerá 4,9% em 2021, sustentada pela demanda interna, afirma o Banco Mundial, à medida que o afrouxamento das medidas de mitigação da pandemia e o enfraquecimento da incerteza em torno da reestruturação da dívida apoiam o consumo privado e o investimento.
  • Na América Central, projeta a organização, o crescimento deve se recuperar para 3,6% neste ano, apoiado por maiores ingressos de remessas e demanda de exportação mais robusta e reconstrução após dois furacões.
  • E o Caribe deve crescer 4,5%, “impulsionado por uma recuperação parcial do turismo”.

Mais de 85 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e quase 1,85 milhão morreram desde que os primeiros casos foram identificados na China em dezembro de 2019.

O Produto Interno Bruto agregado de mercados emergentes e economias em desenvolvimento – incluindo a China – deve saltar 5% em 2021, após uma contração de 2,6% em 2020.

A economia da China deve expandir 7,9% este ano, depois de subir 2% em 2020, afirmou o Banco. Excluindo a China, os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento devem apresentar alta de 3,4% em 2021, após contração de 5% em 2020.

O Banco Mundial projeta que o PIB dos EUA vai expandir 3,5% em 2021, depois de contração estimada de 3,6% em 220. A zona do euro deve registrar crescimento da produção de 3,6% este ano de queda de 7,4% em 2020.