Esta segunda-feira começou tensa para o mercado financeiro. O “circuit breaker”, mecanismo que interrompe temporariamente as negociações em uma bolsa de valores, foi acionado duas vezes durante a madrugada nas bolsas de Nova York, nos Estados Unidos, na negociação de contratos futuros. Mais tarde, logo após a abertura do pregão, o recurso foi usado novamente. Os três principais índices acionários do mercado americano recuavam cerca de 7%.
No Brasil, o Ibovespa também foi interrompido com apenas meia hora de pregão, após recuo de 10,02% – algo que não acontecia desde 2017, no Joesley Day, dia seguinte à divulgação do áudio então o então presidente Michel Temer e o empresário dono da JBS.
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No fim da manhã, na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Dow Jones operava em queda de 7,29%, aos 23.979,90 pontos, o S&P 500 recuava 7%, aos 2.764,21 pontos e o índice eletrônico Nasdaq caia 6,86%, aos 7.987,44 pontos. Segundo o jornal Valor Econômico, a última vez em que esses índices fecharam em queda superior a 7% foi durante a crise financeira de 2008.
O pânico nos mercados se deve não só ao coronavirus, mas à queda nos preços do petróleo após uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) terminar sem um acordo com a Arábia Saudita, que havia previstos cortes na sua produção. Após a reunião, o país decidiu iniciar uma guerra de preços com a Rússia.
Segundo o Valor, uma queda de preços mais acentuada ou persistente pode causar problemas às empresas do setor de energia dos Estados Unidos, o que pode desencadear uma crise no crédito já que essas empresas estão muito alavancadas (isto é, com alto nível de endividamento).
Na economia do dia a dia, também há impactos sendo reportados. Enquanto a Latam anunciou que não irá cobrar multas para reagendamentos de passagens em razão da epidemia do coronavirus, a Mastercard fechou por 14 dias seus escritório em São Paulo, por precaução, após um dos funcionários ter sigo diagnosticado com a doença do novo vírus, Covid–19.
Dólar
Pouco antes do meio-dia, a cotação do dólar comercial para venda batia os R$ 4,75. Isso ocorreu mesmo após a intervenção do Banco Central, que vendeu US$ 5 bilhões em swaps cambiais. A moeda brasileira tem sofrido mais do que outras nas últimas semanas.
O dólar também superava os 3.800 pesos colombianos no fim desta amanhã. O dia promete uma escalada da moeda norte-americana frente as moedas dos países latino-americanos.