Economia

Brasil registra inflação de 8% em maio, a maior em quase cinco anos

A alta na inflação foi puxada pelos custos de energia elétrica e habitação; a taxa anual de 8,1% foi a primeira registrada acima de 8% desde setembro de 2016

Brasil inflação alta 8%
Foto: REUTERS/Pilar Olivares
Read in english
  • Todas as nove categorias pesquisadas pelo IBGE apresentaram alta nos preços em maio;
  • Os custos de habitação, incluindo elergia elétrica, aumentaram 1,8% e responderam por um terço do aumento geral, enquanto gastos com transporte, incluindo combustíveis, aumentaram 1,2%;
  • O aumento da inflação aponta para um forte aumento da taxa de juros do Banco Central na próxima semana.

O Brasil registrou a maior taxa mensal de inflação em maio, quando a inflação chegou a 8% pela primeira vez em quase cinco anos, conforme mostraram dados do IBGE. O aumento da inflação aponta para um forte aumento da taxa de juros do Banco Central na próxima semana.

O aumento das taxas mensais e anuais dos preços ao consumidor foi mais rápido do que os economistas projetavam e devem aumentar a incerteza em relação ao discurso do governo de que o recente aumento da inflação é temporário.

LEIA TAMBÉM: Banco Central: nova regra para recebíveis facilita obtenção de crédito

A taxa mensal de inflação de 0,8%, impulsionada pelos custos de energia elétrica e habitação, foi a mais alta para qualquer mês de maio desde 1996. Já a taxa anual de 8,1% foi a primeira registrada acima de 8% desde setembro de 2016, disse o IBGE. Taxas acima do projetado por economistas em uma pesquisa feita pela Reuters, que apontava taxas de 0,7% e 7,9%, respectivamente.

“No geral, o ritmo acelerado da inflação será desconfortável para o Banco Central”, disse William Jackson, economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics.

“Os legisladores deixaram claro que uma alta de 75 pontos-base na Selic para 4,25% na próxima semana está nos planos. Suspeitamos que eles sinalizarão outra alta de 75 pontos-base em agosto”, disse ele.

LEIA TAMBÉM: Exclusão digital: brasileiros mais pobres não conseguem auxílio emergencial

Todas as nove categorias pesquisadas pelo IBGE apresentaram alta nos preços em maio. Os custos de habitação, incluindo os preços da eletricidade, aumentaram 1,8% e responderam por um terço do aumento geral, enquanto gastos com transporte, incluindo combustíveis, aumentaram 1,2% e responderam por pouco menos de um terço do aumento total.

O custo da energia elétrica subiu 5,4% no mês. A pior seca do Brasil em quase um século está empurrando os preços para cima, porque grande parte da energia do país é hidrelétrica.

LEIA TAMBÉM: PIX terá mecanismo para devolução em caso de fraude ou falha

A meta de inflação do Banco Central para o final do ano é de 3,75%, com margem de erro de 1,5 ponto percentual para ambos os lados. Os dados do IBGE de maio mostram que a inflação está bem acima mesmo do limite superior de 5,25 considerando a margem de erro.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na terça-feira que está “100% comprometido” em cumprir as metas de inflação e que ainda acha que muito do aumento recente se deve a cenários temporários.

Traduzido por LABS.