Economia

Brasil tem janeiro recorde para o emprego formal, com a criação de 260.353 vagas

No primeiro mês do ano houve abertura de vagas em todos os setores da economia, com destaque para indústria e serviços, seguido da construção e agropecuária

Oferta de vagas de trabalho em São Paulo. Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
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O Brasil abriu 260.353 vagas formais de trabalho em janeiro, número recorde para o mês e acima do esperado por economistas, impulsionado por contratações da indústria e do setor de serviços, mostrou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Economia.

O Ministério da Economia atribuiu o desempenho favorável em boa medida aos efeitos do programa BEM, que garante uma complementação de renda a trabalhadores de empresas autorizadas a suspender contratos ou reduzir jornadas e salários de forma temporária, e confirmou que o benefício será renovado em breve, com novas regras.

“Nos próximos dias o presidente assina uma MP para continuar protegendo os trabalhadores formais do Brasil”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em declarações à imprensa.

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Em janeiro, as empresas admitiram 1.527.083 de trabalhadores, número próximo ao observado no mesmo período do ano passado, e desligaram 1.266.730 de pessoas, número inferior ao dado de janeiro de 2020.

O resultado líquido foi o maior saldo de criação de empregos para meses de janeiro da série histórica do Caged, que tem início em 1992, e veio bem acima das expectativas de analistas consultados pela Reuters, que previam a abertura de 122 mil postos de trabalho com carteira assinada no mês.

“Esse resultado só foi possível com a estabilização do mercado de trabalho no Brasil a partir dos programas que foram introduzidos”, disse o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, em referência ao BEM.

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Em janeiro, 3,5 milhões de trabalhadores ainda estavam sob a garantia provisória de emprego do BEM. A projeção do governo é que esse número caia gradualmente, chegando em agosto a 1,5 milhão de trabalhadores ainda sem poderem ser demitidos em função da primeira edição do programa, no ano passado.

No primeiro mês do ano houve abertura de vagas em todos os setores da economia, com destaque para indústria (+90.431) e serviços (+83.686), seguido da construção (+43.498) e agropecuária (+32.986).

O setor de comércio, que sofre o impacto mais direto das medidas de isolamento social adotadas para o enfrentamento da pandemia e também é afetado no mês por demissões de trabalhadores temporários contratados no final do ano, criou 9.848 postos.

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Em dezembro, o país fechou 93.726 vagas, segundo dado com ajustes de 67,9 mil informado originalmente. O fechamento de postos, que obedece a tendência sazonal, se deu após cinco meses consecutivos de abertura de vagas.

Novo BEM

Guedes reafirmou que, com o BEM, o governo espera oferecer uma garantia de 11 meses aos trabalhadores beneficiados.

“Estamos estudando exatamente o seguro-emprego”, disse Guedes. “Ao invés de esperar alguém ser demitido e pagar 1.100 (reais de seguro desemprego) após a pessoa ser demitida e ter uma garantia de cinco meses, nós queremos uma garantia de 11 meses e onde nós pagamos 500 reais para a pessoa continuar empregada.”

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O secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse que o governo ainda estuda os detalhes das regras da nova versão do BEM, mas que elas serão bem próximas às adotadas na primeira edição do programa.

“A proposta que se busca é um programa nos mesmos moldes do BEM, com alguns ajustes pequenos, mas que não mudam a ideia da suspensão e redução de jornada”, disse Bianco.