O ingresso líquido de investimentos diretos (IDP) no Brasil despencou a US$ 174 milhões em junho, nível mensal mais baixo em cinco anos, sob o impacto de uma redução dos empréstimos feitos pelas matrizes das empresas estrangeiras a suas subsidiárias no país, mostraram dados divulgados nesta terça-feira pelo Banco Central.
Já os investimentos em renda fixa, ações e fundos de investimentos registram novo mês de fluxos fortes, de US$ 5,1 bilhões, confirmando a recuperação dos ingressos para portfólio após o baque sofrido no ano passado em meio à crise da pandemia.
O dado mensal do IDP foi o mais baixo desde julho de 2016 (menos US$ 103 milhões) e contrasta com um fluxo positivo de investimentos diretos de US$ 5,164 bilhões de dólares em junho de 2020. Mas o número parcial deste mês já aponta uma recuperação dos ingressos, e a entrada de investimentos diretos no primeiro quadrimestre foi revisada para cima.
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Segundo o BC, em junho o dado sofreu o efeito de uma saída de US$ 2,3 bilhões em operações intercompanhia, refletindo uma queda dos desembolsos de operações de crédito intercompanhia. A conta de lucros reinvestidos no país também foi negativa, com as empresas optando por remeter a suas sedes um volume de recursos superior ao lucro auferido no mês.
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, disse que os resultados foram “normais”, indicando não ver uma reversão da tendência de crescimento do IDP esperada para o ano.
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No acumulado do semestre, o ingresso de IDP supera o registrado no mesmo período de 2020, somando US$ 25,691 bilhões, ante US$ 23,724 bilhões no ano passado. Para julho, o BC estima IDP de US$ 4,7 bilhões, com base em dados preliminares.
Já os investimentos em portfólio acumulam ingressos de US$ 44,6 bilhões em 12 meses. Em junho de 2020, essa conta, tradicionalmente muito mais volátil do que o IDP, registrou saída de R$ 47,6 bilhões de reais em 12 meses.