- Até o fim do ano esse déficit deve aumentar, já que o período é normalmente marcado por uma saída mais intensa de divisas causada pelas remessas de lucros e ajustes de posição de multinacionais;
- Para 2020, no entanto, as projeções são diferentes.
De janeiro a outubro, o Brasil registrou fluxo cambial negativo de US$ 21,46 bilhões. Segundo informações do jornal Valor Econômico, esse montante já é maior que o de 1999, até então o pior ano da série histórica do país. E até o fim do ano esse déficit deve aumentar, já que o período é normalmente marcado por uma saída mais intensa de divisas causada pelas remessas de lucros e ajustes de posição de multinacionais.
Segundo os analistas ouvidos pelo jornal, os fatores que levaram a esse déficit são vários: taxa básica de juros do país no menor nível histórico, combinada às incertezas do conflito comercial EUA-China, além da fuga de investidores para ambientes mais estáveis em um cenário como esse.
LEIA TAMBÉM: Senado muda valor do saque do FGTS e impacto na economia pode maior
Outro fator é a queda na receita com exportações, influenciada pela desaceleração da economia mundial e também pelo fato de as empresas preferirem, em meio a este cenário, manter suas reservas lá fora a fim de pagar dívidas e operações ou antecipar o pagamento de dívidas em moeda estrangeira. Boa parte dos recursos levantados pelas empresas neste ano também foram usados para a quitação de financiamentos em moeda estrangeira.
LEIA TAMBÉM: Com juros baixos e reforma da Previdência aprovada, risco-país do Brasil diminui
Para 2020, no entanto, as projeções são diferentes. Segundo os analistas ouvidos pelo Valor, o ano que vem promete já apresentar alguma retomada na economia, fruto da maior confiança gerada pela aprovação da reforma da Previdência e pelo encaminhamento de outros projetos estruturais pelo governo brasileiro.
“O investimento estrangeiro direto responde à perspectiva da economia no médio e longo prazo. Como as projeções para o PIB em 2020 voltaram a subir, é esperado que eles voltem junto”, disse Iana Ferrão, economista do BTG Pactual, ao Valor. Para o banco, o investimento externo direto (IED) para 2020 deve chegar aos US$ 90 bilhões, superando os US$ 75 bi deste ano.