Economia

Como o real irá se comportar frente ao dólar diante dos atos de 7 de setembro no Brasil? Mercado eleva cautela

Investidores elevam cautela às vésperas das manifestações previstas para o dia 7 de setembro; dólar começou a semana subindo frente ao real

Como no real irá se comportar diante do dólar diante dos atos de 7 de setembro no Brasil? Mercado eleva cautela
Dólar tem alta contra real com feriado nos EUA e 7 de setembro no radar. Foto: REUTERS/Thomas White/Illustration
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  • O dólar começou a semana subindo frente ao real enquanto investidores elevam a cautela às vésperas de manifestações;
  • Inflação em alta e atividade econômica abaixo do esperado também preocupam;
  • O Banco Central divulgou em seu relatório semanal Focus que as expectativas para a taxa básica de juros subiram tanto para o final deste ano quanto do próximo.

O dólar começou a semana subindo frente ao real na manhã desta segunda-feira (6), que deve contar com liquidez baixa devido a feriado nos Estados Unidos, enquanto os investidores elevavam a cautela às vésperas de manifestações previstas para o dia 7 de setembro, na terça-feira, no Brasil. O dólar começou a R$ 5,2086 na venda. 

Vários analistas chamavam a atenção para o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, que mantém os mercados norte-americanos fechados nesta segunda-feira, o que deve deixar os volumes de negociação baixos no dia.

Além disso, a aproximação do Dia da Independência no Brasil mantêm os investidores nervosos. O presidente Jair Bolsonaro aposta em uma manifestação avassaladora na terça-feira para recuperar força política.

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“Nesta semana, (…) o cenário será dominado pelas manifestações do Dia da Independência, que se transformaram em uma disputa pública entre o STF e o presidente da República. A disputa poderá se transformar em um embrião de uma crise institucional cujo desfecho é de difícil previsão. Nossa avaliação é que, no final, o conflito terá solução pacífica, mas o desempenho da economia não ficará incólume”, escreveram analistas da Genial Investimentos em nota.

No fim de semana, Bolsonaro defendeu a participação de policiais militares nos atos marcados para o feriado nacional, e garantiu que não irá recuar de suas posições, em meio à forte tensão entre os Poderes Executivo e Judiciário.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) passou a adotar uma série de medidas para se contrapor a eventuais excessos que possam ocorrer nas manifestações, preocupado com ameaças feitas por Bolsonaro e aliados dele.

Além de citar receios em torno das manifestações, Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, relembrou em nota que a semana passada “reforçou as preocupações com inflação ao mesmo tempo em que trouxe dados de atividade mais fracos do que o esperado”, de forma que a “cautela local deve seguir imperando”. 

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Mercado eleva taxa básica de juros diante de inflação alta

Não bastassem as incertezas políticas que afetam o comportamento do mercado, o Banco Central do Brasil divulgou em seu relatório semanal Focus que as expectativas para a taxa básica de juros subiram tanto para o final deste ano quanto do próximo, em meio a novas elevações nas estimativas para a inflação e piora no cenário econômico.

Os especialistas consultados aumentaram a projeção da Selic para 7,63% no fim de 2021 e para 7,75% em 2022, contra previsão anterior de 7,50%. 

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Nos 12 meses até julho, a inflação acumulou alta de 8,99%, e o levantamento semanal apontou expectativa de avanço do IPCA de 7,58% este ano e 3,98% no próximo.

O cenário inflacionário se complica ainda mais com a implementação da bandeira tarifária “escassez hídrica”, que trará aumento adicional de 6,78% na tarifa média dos consumidores regulados.