- Depois do Brasil, a maior queda na América Latina foi na Argentina
- Paulo Guedes sugere reformas
- Bolsas da Ásia e da Europa começam a se recuperar nesta terça
Ainda que nesta terça-feira (10) as bolsas asiáticas e europeias tenham começado a se recuperar, a segunda-feira (9) foi um dia desastroso para as bolsas pelo mundo. O índice brasileiro Ibovespa despencou 12%, a maior queda global. Na América Latina, o segundo maior declínio foi da Argentina. Veja abaixo como ficaram as principais bolsas da América Latina depois do “lunes negro”.
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Argentina
De acordo com o Clarín, o medo do coronavírus e o início de uma guerra de petróleo entra a Arábia Saudita, a Rússia e os Estados Unidos foram os principais motivos para que a Bolsa de Buenos Aires caísse 12,12% na abertura, embora tenha se recuperado e fechando o dia com 9%. Empresas argentinas tiveram quedas significantes em Wall Street, como a estatal petrolífera YPF, com mais de 23% de baixa. O risco país argentino disparou para mais de 14,7% e chegou a 2.768 pontos, o mais alto desde 2005.
México
No México, a queda foi de 6,4%. A queda do petróleo provoca incertezas com a crise da companhia petrolífera mexicana Pemex, a mais endividada do mundo, segundo o El País. O El Universal lembra que foi o pior dia da bolsa mexicana em mais de 11 anos.
Colômbia
Conforme o La República, a Colômbia teve queda de 10,53% no índice Colcap, o mais importante do país, que mede as variações do preços das ações mais líquidas. Foi necessário um circuit breaker, uma pausa, para que os investidores acalmassem os ânimos.
Chile
No Chile, a baixa ultrapassou os 4%, segundo o El Mostrador. A “segunda negra” como tem sido chamada pelos países latinos, fez com que o IPSA cedesse 3,39%, até 4.090 pontos. Desde 2016 não era registrada queda de 4.100 pontos.
Brasil
O Brasil foi o mais afetado: a queda foi histórica, com perdas significantes para a Petrobras, a estatal petrolífera. Ibovespa, o principal índice de ações do Brasil, fechou o dia com recuo de 12,17%, a 86.067 pontos. É o menor nível desde dezembro de 2018 e a maior queda do dia desde setembro de 1998. Também foi necessário um circuit breaker. A resposta do governo brasileiro para reverter a crise foi “vamos pensar em reformas”. Esta foi a frase dita pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, conforme o Valor Econômico. Para o ministro, aprovar as reformas seria uma saída para a desaceleração econômica. Com a queda na bolsa, as empresas de consumo perderam R$ 99 bilhões em valor de mercado. Entre as 32 ações de varejo e consumo, 16 caíram mais que a bolsa, segundo o Valor.
Pelo mundo
Nos EUA, também foi necessário o circuit breaker por 15 minutos, pela primeira vez desde as eleições de 2016, conforme a Nasdaq caía 7,14%, o Dow Jones 7,8% e o S&P500 perdia 7,23%. O “termômetro do medo de Wall Street”, ou seja, o índice de volatilidade, chegou a níveis da crise de 2008.
Depois do Brasil, as maiores quedas pelo mundo foram da Itália, altamente impactada pelo surto de coronavírus, com 11,2%, França (8,4%), Espanha (8,0%), Alemanha (7,9%), Estados Unidos (7,8%), Reino Unido (7,7%), Australia (7,3%), Indonésia (6,6%), México (6,4%), África (6,3%), Turquia (5,5%), Índia (5,2%), Japão (5,1%), Coreia do Sul (4,2%), Rússia (3,5%) e China (3,0%).
Mas, ainda na madrugada desta terça-feira, as bolsas asiáticas operaram em alta e as europeias já se recuperam, conforme o G1.