Economia

Vice-presidente da Argentina diz que pagamentos ao FMI "custaram mais do que a COVID"

Cristina Kirchner disse que os pagamentos ao FMI no ano custaram 1,1% do PIB, contra 0,9% para assistência à COVID- 19

Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina, conversa com Alberto Fernández, presidente do país 11/11/2021. Foto: REUTERS/Matias Baglietto/ Arquivo
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  • O FMI destinou mais de US$ 4 bilhões para a Argentina quando alocou mais de US$ 650 bilhões a seus membros no ano passado;
  • A Argentina corre para fechar um acordo com o FMI antes do fim de março – o país tem cerca de US$ 18 bilhões em vencimentos da dívida para este ano;
  • O Fundo não respondeu imediatamente a pedidos de comentários sobre as declarações.

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, criticou os pagamentos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), dizendo que custaram mais ao país do que a pandemia de coronavírus. A declaração vem em um momento delicado da renegociação da dívida de US$ 40 bilhões do país com o fundo.

A ex-presidente culpou o governo de seu sucessor, o conservador Mauricio Macri, pelos problemas de dívida do país. O governo de Macri fechou um acordo recorde de US$ 57 bilhões com o FMI em 2018, mas não conseguiu impedir uma crise econômica.

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“Está bastante claro que, em 2021, a pandemia ‘Macrista’ custou ao Estado mais do que a pandemia de COVID-19”, escreveu Cristina em um blog na terça-feira.

Ela disse que os pagamentos ao FMI no ano superaram os gastos de alívio à COVID-19, citando números e indicando que o pagamento de empréstimos custaram 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 0,9% para assistência à COVID- 19.

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A Reuters não conseguiu verificar os detalhes de seus cálculos.

O FMI destinou mais de US$ 4 bilhões para a Argentina quando alocou mais de US$ 650 bilhões a seus membros no ano passado. O Fundo não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

A Argentina corre para fechar um acordo com o FMI antes do fim de março – o país tem cerca de US$ 18 bilhões em vencimentos da dívida para este ano.

Os dois lados não concordam sobre a velocidade com que o país deve reduzir seu déficit fiscal.