- Números de pessoas ocupadas cresceu, para 86,7 milhões, refletindo o avanço de 3% dos trabalhadores por conta própria, única categoria profissional que cresceu no período;
- Por outro lado, a taxa de informalidade subiu a 40%, de 36,9% no trimestre anterior, correspondendo a 34,7 milhões de pessoas nesta situação. Há um ano, a taxa era de 37,6%, com 32,3 milhões de informais.
A taxa de desemprego no Brasil recuou ligeiramente no trimestre encerrado em maio – de 14,7% nos dois trimestres anteriores para 14,6%–, mas ainda é a segunda mais alta da série histórica, com 14,8 milhões de desempregados, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Entre março e maio de 2020 a taxa tinha sido de 12,9%.
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O total de pessoas ocupadas também aumentou, chegando a 86,708 milhões entre março e maio, ganho de 809 mil em relação ao trimestre anterior e de 772 mil sobre o mesmo período de 2020.
A expansão da ocupação, segundo a analista da pesquisa, Adriana Berenguy, reflete o avanço de 3% dos trabalhadores por conta própria, única categoria profissional que cresceu no período.
“Esses trabalhadores estão sendo absorvidos por atividades dos segmentos de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que cresceu 3,9%”, explicou ela.
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O mercado de trabalho, em geral o último a se recuperar de crises, ainda reflete os fortes impactos causados pela pandemia de coronavírus, em meio às restrições para conter o avanço da doença.
No setor privado, o total de empregados com carteira assinada no trimestre até maio teve alta de 0,3% sobre o trimestre imediatamente anterior, enquanto o contingente dos que não tinham carteira subiu 0,1% – quinta-feira, dados do Caged, do Ministério da Economia, mostrou que o país gerou mais de 1 milhão de empregos no primeiro semestre deste ano.
Por outro lado, a taxa de informalidade subiu a 40%, de 36,9% no trimestre anterior, correspondendo a 34,7 milhões de pessoas nesta situação. Há um ano, a taxa era de 37,6%, com 32,3 milhões de informais, aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração.
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“Contudo, se olharmos o trimestre pré-pandemia (dezembro a fevereiro de 2020), os informais somavam 38,1 milhões de pessoas a uma taxa de informalidade de 40,6%. Ou seja, por mais que os informais venham aumentando sua participação na população ocupada nos últimos trimestres, o contingente ainda está num nível inferior ao que era antes da pandemia”, disse Berenguy.
O nível de ocupação, de 48,9%, continua abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
O IBGE destacou ainda que o contingente de pessoas subutilizadas, aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial, foi de 32,9 milhões no trimestre até maio.