- A perspectiva do FMI para o grupo de mercados emergentes e em desenvolvimento, que inclui o Brasil, melhorou em 0,4 ponto percentual para este ano, a um crescimento de 6,7%, mas ficou inalterado em 5,0% para 2022;
- O cenário para o Brasil também fica atrás daquele para a América Latina e Caribe como um todo, cujas previsões de crescimento melhoraram a 4,6% (4,1% antes) e 3,1% (2,9% antes) para 2021 e 2022, respectivamente.
O Fundo Monetário Internacional fez um pequeno ajuste na projeção de crescimento da economia do Brasil para este ano e manteve inalterada sua estimativa para 2022, em meio a incertezas em torno da trajetória da pandemia e da vacinação.
De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Global divulgado nesta terça-feira, o FMI calcula crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro de 3,7% este ano, apenas 0,1 ponto percentual a mais do que o previsto na estimativa de janeiro. Para 2022, o Fundo manteve a projeção de uma expansão de 2,6% do PIB.
A perspectiva do FMI para o grupo de mercados emergentes e em desenvolvimento, que inclui o Brasil, melhorou em 0,4 ponto percentual para este ano, a um crescimento de 6,7%, mas ficou inalterado em 5,0% para 2022.
O cenário para o Brasil também fica atrás daquele para a América Latina e Caribe como um todo, cujas previsões de crescimento melhoraram a 4,6% (4,1% antes) e 3,1% (2,9% antes) para 2021 e 2022, respectivamente.
“Após forte queda em 2020, apenas uma recuperação leve e de diferentes velocidades é esperada na América Latina e Caribe em 2021″, disse o FMI no relatório.
“Graças à recuperação global da manufatura no segundo semestre de 2020, o crescimento superou as expectativas em alguns grandes países exportadores na região”, completou o organismo multilateral, citando Argentina, Brasil e Peru.
Mas o FMI chamou a atenção para o fato de que a maioria dos países da região ainda não garantiu vacinas suficientes para imunizar suas populações. “O cenário de longo prazo continua a depender da trajetória da pandemia”, disse.
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A projeção do FMI para o PIB brasileiro em 2021 está acima do estimado pelo Ministério da Economia (+3,2%). As projeções do FMI mostram ainda que o Brasil deve terminar este ano com uma taxa de desemprego de 14,5%, caindo a 13,2% em 2022. Já as estimativas para os índices de preços ao consumidor estão em respectivamente, 4,6% e 4,0%.
O centro da meta oficial para a inflação no Brasil em 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para as contas externas brasileiras, o FMI calcula déficits em conta corrente de 0,6% e 0,8% do PIB para este ano e o próximo.
Crescimento global previsto pelo FMI está muito acima do que foi visto em décadas anteriores
No mundo, a instituição prevê um crescimento de 6%, taxa que não é vista desde a década de 1970, graças principalmente a respostas de política econômica sem precedentes à pandemia de COVID-19.
Essa melhora, ante 5,5% há menos de três meses, reflete amplamente um rápido avanço na perspectiva para a economia dos Estados Unidos, cujo crescimento o FMI projeta agora em 6,4% em 2021, ritmo mais forte desde o início da década de 1980. O resultado representa alta de 1,3 ponto percentual ante a projeção de 5,1% do FMI no final de janeiro e quase o dobro do que era estimado em outubro.
A projeção do FMI, se confirmada, marcará o ritmo mais rápido de expansão global desde 1976, mas também acontece após a contração anual mais intensa do pós-guerra no ano passado, quando a pandemia paralisou o mundo.
O fundo disse que a economia contraiu 3,3% em 2020, melhora modesta ante a retração estimada em janeiro de 3,5%.