Economia

Novas projeções do FMI trarão cenário mais pessimista para emergentes

Inflação é um dos principais fatores a mudar perspectivas. Para um dos chefes do FED dos EUA, preços vão baixar quando gargalos foram resolvidos... em 2022

Logo do FMI na sua sede em Washington 09/10/2016. Foto: REUTERS/Yuri Gripas
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  • A instituição prevê o retorno das economias avançadas aos níveis pré-pandemia de produção econômica até 2022;
  • Mas a maioria dos países emergentes e em desenvolvimento levarão “muito mais anos” para se recuperar.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o crescimento econômico mundial em 2021 cairá ligeiramente abaixo de sua projeção de julho de 6%, disse a chefe do FMI, Kristalina Georgieva, nesta terça-feira, citando riscos associados à dívida, inflação e divergências econômicas na esteira da pandemia do novo coronavírus.

Georgieva disse que a economia global está se recuperando, mas a pandemia continua limitando a recuperação, sendo o principal obstáculo a desigualdade das campanhas de vacinação entre os países.

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Em um discurso virtual na Bocconi University, na Itália, Georgieva disse que o novo relatório Perspectiva Econômica Global, que será publicado na próxima semana, prevê o retorno das economias avançadas aos níveis pré-pandemia de produção econômica até 2022, mas a maioria dos países emergentes e em desenvolvimento levarão “muito mais anos” para se recuperar.

“Enfrentamos uma recuperação global que permanece ‘prejudicada’ pela pandemia e seu impacto. Não conseguimos seguir em frente de maneira adequada — é como andar com pedras nos sapatos”, disse ela.

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As pressões inflacionárias, um importante fator de risco, devem diminuir na maioria dos países em 2022, mas continuarão afetando algumas economias emergentes e em desenvolvimento, disse ela, alertando que um aumento sustentado nas expectativas de inflação poderia causar um rápido aumento nos juros e condições financeiras mais apertadas.

Também nesta terça, o presidente do Federal Reserve Bank de Chicago, Charles Evans, disse, em entrevista à CNBC, que os gargalos de oferta são os grandes responsáveis pela alta da inflação no mundo e que, embora mais expressivo que o esperado anteriormente, a alta nos preços vai desacelerar. Ele acredita que em 2022 tudo começará a volta ao normal.

(Coescrito e traduzido por LABS)