Os países da América Latina crescerão mais do que o esperado este ano, em grande parte devido ao rápido aumento dos preços das matérias-primas que sustenta as exportações, e à medida que avança a recuperação, ainda que desigual, da pandemia de COVID-19, disse nesta terça-feira (12) o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em seu relatório Perspectiva Econômica Global, o Fundo elevou a projeção de crescimento econômico da região a 6,3%, aumento de 0,5 ponto percentual em relação à estimativa de julho e de 1,7 ponto em relação aos cálculos de abril.
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Isso apesar de um ajuste para baixo nas projeções para México e Brasil, ambos com reduções de 0,1 ponto em suas estimativas para este ano na comparação com abril. O FMI prevê agora expansão de 5,2% do Brasil em 2021 e de 1,5% em 2022. O México deve ter uma expansão de 6,2% este ano e de 4% no próximo.
No caso do Brasil, a piora no cenário de crescimento é acompanhada por uma alta sensível na inflação, em meio às pressões inflacionárias globais, aponta o Fundo Monetário Internacional. O Fundo passou a estimar uma alta de 7,9% do IPCA para este ano, contra 4,5% em sua última projeção para a inflação, feita em abril. Ao mesmo tempo, aumentou a conta para 2022 a 4,0%, de 3,5% antes.
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Para este ano, a projeção supera o teto da meta de inflação oficial, mas para 2022 fica dentro da margem de tolerância — o centro da meta do Banco Central para a inflação em 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Monitor fiscal
O Fundo Monetário Internacional também chama a atenção para os níveis recordes da dívida pública ao redor do mundo e afirma que “os países precisam calibrar as políticas fiscais de acordo com suas circunstâncias específicas”.
Mesmo notado que a vacinação salvou vidas e ajudou na recuperação econômica em muitos países, os analistas do FMI explicam que a incerteza permanece alta em meio a novas variantes do vírus. “A pandemia deixará uma marca duradoura na desigualdade, pobreza e nas finanças dos governos”, aponta o relatório Monitor Fiscal mais recente.