Economia

Governo brasileiro vai em socorro de companhias aéreas

O Brasil ajudará as companhias aéreas devido à crise do coronavírus, diz o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas. Foto: captura de tela do YouTube
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À medida que a crise do coronavírus atrapalha viajar pela América Latina, o Brasil tomou a decisão de resgatar companhias aéreas. O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa na quarta-feira (18). O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou, na companhia de seus ministros, a renegociação de dívidas das companhias aéreas. Medidas de resgate para empresas também serão tomadas pelo Ministério de Infraestrutura em conjunto com o Ministério da Economia.

Segundo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, o setor de aviação é um dos mais impactados pelo surto de coronavírus porque as empresas têm custos em dólares, e o real brasileiro foi fortemente desvalorizado nos últimos dias. Portanto, o governo brasileiro tomará medidas para preservar o caixa dessas empresas com foco nos consumidores.

As companhias aéreas terão até 12 meses para devolver dinheiro aos passageiros que solicitarem reembolso até 31 de dezembro de 2020. A nova ordem executiva também alterará o cronograma de pagamento das contribuições fixas e variáveis ​​que as empresas fazem aos administradores de terminais aeroportuários. A cobrança das taxas de navegação das companhias aéreas também será adiada. Os pagamentos que devem ser feitos entre março e junho deste ano serão estendidos de setembro a novembro.

Crise


A companhia aérea brasileira GOL anunciou a suspensão de voos para o exterior até 30 de junho. A medida visa adaptar as operações ao novo cenário de demandas de transporte aéreo em meio à pandemia de coronavírus, segundo Época. A empresa informou que está cumprindo as restrições de viagem impostas pelas autoridades dos países em que opera, na América do Sul, América Central e no Caribe, além de recomendações das autoridades dos Estados Unidos. As operações no Brasil também serão reduzidas. Entre as operações nacionais e internacionais, a empresa espera diminuir seus vôos entre 60% e 70% até meados de junho.

O Grupo LATAM Airlines está cancelando 90% de todos os seus voos internacionais devido à pandemia de coronavírus, que está levando a um isolamento continental. De acordo com o Wall Street Journal, a Associação Internacional de Transporte Aéreo disse que as companhias aéreas globais precisariam de US $ 200 bilhões para evitar a falência em massa, já que os países fecham suas fronteiras para viajantes internacionais devido ao COVID-19.

Um grupo do setor de companhias aéreas na América Latina disse à Reuters que exige ajuda governamental imediata ou eles enfrentarão uma “falência pandêmica”, disse Luis Felipe de Oliveira, chefe do grupo comercial ALTA. Segundo ele, o grupo está enviando cartas aos governos de toda a região e que a crise do setor aéreo criada pelo surto de coronavírus é “sem precedentes”.

Jerome Cadier, presidente da LATAM Airlines no Brasil, disse ao Estadão que a sobrevivência das companhias aéreas dependerá das medidas do governo brasileiro. Por esse motivo, as companhias aéreas negociam com os Ministérios de Infraestrutura e Economia uma linha de crédito para o ativo circulante, um atraso temporário no processo de cobrança e regras diferentes para devolução de passagens aos consumidores.

Ordem executiva

Enquanto isso, o ministro brasileiro Tarcísio de Freitas destacou a forte queda no número de vôos na demanda internacional e doméstica. “As empresas têm dificuldades de caixa e algumas medidas estão sendo tomadas para preservar o caixa dessas empresas, sempre pensando que o foco está no consumidor”. O que o governo não quer, nas palavras do ministro, “é a falência das empresas e a descontinuidade no serviço, porque depois que a crise passar, teremos o problema de fornecimento e isso terá um impacto na tarifa”.