- Comparativamente a 2017, quando o programa de concessões ainda estava ativo, o valor ainda é pequeno;
- Mas no primeiro semestre de 2020, com a aceleração de projetos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI),em áreas de grande interesse dos chineses, os aportes do gigante asiático no Brasil devem crescer mais;
- Junto com investimentos em infraestrutura, é esperada também uma aposta grande dos chineses em fusões e aquisições.
Segundo o jornal Valor Econômico, dados da Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, indicam que os investimentos chineses no Brasil chegaram US$ 1,87 bilhão neste ano, até setembro. Valor um pouco maior que o registrado em 2018. Até o fim do ano, a previsão é de que o montante supere bastante o do ano passado. São valores investidos, principalmente, em fusões e aquisições e em operações já iniciadas no país anteriormente.
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Para o ano que vem, a expectativa de aquecimento da economia brasileira e a retomada do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) pelo governo federal devem fazer com que os investimentos chineses no país cresçam ainda mais.
Comparativamente a 2017, porém, os volumes investidos em 2018 e 2019 ainda são baixos. Naquele ano, mais de US$ 10 bilhões do gigante asiático foram aplicados no Brasil, graças não só a fusões e aquisições, mas à participação dos chineses em leilões.
É que em 2018, último ano do mandato de Michel Temer, governo responsável pela criação do PPI, o programa ficou praticamente parado. Era ano eleitoral e decisões sobre o processo de privatização que deveriam ser tomadas pelo Superior Tribunal Federal (STF) ficaram em banho-maria.
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Em 2019, com Jair Bolsonaro, o PPI foi retomado, mas em ritmo lento, com o STF arrastando a decisão sobre as privatizações ao longo de todo o primeiro semestre. Somente em junho é que os ministros do tribunal decidiram que toda estatal e qualquer estatal precisará do aval do Congresso para ser efetivamente privatizada.
A expectativa é de que o PPI acelere ainda no primeiro semestre de 2020, com a oferta de projetos de áreas de grande interesse dos chineses, como ferrovias e hidrelétricas, aeroportos e portos, salientou Renato Baumann, subsecretário para investimentos estrangeiros da secretaria-executiva da Camex, ao Valor.