Economia

Bancos privados começam a oferecer linhas de crédito criadas para ajudar a empresas na pandemia

Juntas, essas linhas têm quase R$ 36 bilhões bilhões para micro, pequenas e médias empresas

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Foto: Shutterstock
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  • Segundo o jornal Valor Econômico, o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, começa a liberar nesta quinta a linha do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe);
  • A partir do dia 15 de julho a segunda linha que deve começar a ser usada também pelas instituições financeiras privadas é o Programa Emergencial de Apoio ao Crédito (Peac).

Após adaptações na regulamentação e mudanças de sistemas, os bancos privados brasileiros passarão a oferecer duas linhas de crédito criadas pelo governo federal para ajudar pequenas e médias empresas a se recuperar dos efeitos da pandemia de COVID-19, e que antes estavam concentradas nos bancos estatais. Essas linhas tem garantia do Tesouro Nacional ou ainda de fundos garantidores com participação do Tesouro e administrados por bancos públicos.

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Segundo o jornal Valor Econômico, o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, começa a liberar nesta quinta a linha do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que pretende destinar R$ 15,9 bilhões para financiar capital de giro de microempresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Nessa linha, o Banco do Brasil já emprestou R$ 3 bilhões. O Itaú também fez um acordo inicial para liberar o mesmo montante.

A partir do dia 15 de julho a segunda linha que deve começar a ser usada também pelas instituições financeiras privadas é o Programa Emergencial de Apoio ao Crédito (Peac), que abrange recursos totais de R$ 20 bilhões para capital de giro para empresas com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões. Esta linha tem cobertura do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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Desde o anúncio dessas linhas, em abril, as empresas brasileira vêm reclamando, via entidades, que não estão tendo seus pedidos de empréstimo aprovados. Após algumas mudanças nas propostas iniciais, o dinheiro parece estar começando a chegar a quem precisa. Sem capital de giro negócios como restaurantes e salões de beleza não vão conseguir reabrir.

Cassio Schmitt, diretor de Produtos de Crédito do Santander, disse ao Valor que esse tipo de linha exige investimento “sistêmico”. “Temos interesse total em oferecer, mas isso vai demorar o mês de julho para colocar de pé, para começar no início de agosto”, disse o executivo ao jornal.

Ao jornal, executivos dos bancos disseram, no entanto, que se as instituições financeiras “abrirem a torneira do crédito” com muita rapidez isso pode elevar o endividamento das companhias e fragilizar a retomada.