O desafio na formulação de uma moeda digital do Banco Central é fazer com que a capacidade de crédito dos bancos não seja prejudicada, disse nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em evento sobre criptomoedas do Valor Capital Group, Campos Neto disse que a moeda digital não pode corroer a base de depósitos dos bancos.
Segundo ele, para viabilizar uma monetização pelos bancos com esse novo formato, as instituições poderão emitir stablecoins (moedas digitais atreladas a ativos reais). Essas moedas poderão ser convertidas para o real digital, afirmou.
LEIA TAMBÉM: Argentinos recorrem às criptomoedas para escapar da inflação que se aproxima de 60%
Quando estiver em vigor, o real digital será emitido pelo próprio BC, com previsão de uso em pagamentos de varejo. Ao lançar as diretrizes do projeto em 2021, a autarquia disse que a moeda funcionará como uma extensão do real.
O projeto piloto estava previsto para ser lançado pelo BC no fim de 2022, mas pode haver adiamento por conta da greve de servidores da autarquia.
LEIA TAMBÉM: Senado aprova projeto de regulamentação das criptomoedas
No evento desta segunda, Campos Neto também comentou que fez uma avaliação sobre criptomoedas no Brasil nos últimos dois anos. Segundo ele, o uso desses instrumentos como meio de pagamento teve crescimento abaixo da inflação, mas a utilização como ferramenta de investimento cresceu muito.