Economia

Moeda digital não pode prejudicar capacidade de crédito dos bancos, diz Campos Neto

Segundo ele, para viabilizar uma monetização pelos bancos com esse novo formato, as instituições poderiam emitir stablecoins (moedas digitais atreladas a ativos reais)

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Foto: Sasun Bughdaryan/Shutterstock
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O desafio na formulação de uma moeda digital do Banco Central é fazer com que a capacidade de crédito dos bancos não seja prejudicada, disse nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em evento sobre criptomoedas do Valor Capital Group, Campos Neto disse que a moeda digital não pode corroer a base de depósitos dos bancos.

Segundo ele, para viabilizar uma monetização pelos bancos com esse novo formato, as instituições poderão emitir stablecoins (moedas digitais atreladas a ativos reais). Essas moedas poderão ser convertidas para o real digital, afirmou.

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Quando estiver em vigor, o real digital será emitido pelo próprio BC, com previsão de uso em pagamentos de varejo. Ao lançar as diretrizes do projeto em 2021, a autarquia disse que a moeda funcionará como uma extensão do real.

O projeto piloto estava previsto para ser lançado pelo BC no fim de 2022, mas pode haver adiamento por conta da greve de servidores da autarquia.

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No evento desta segunda, Campos Neto também comentou que fez uma avaliação sobre criptomoedas no Brasil nos últimos dois anos. Segundo ele, o uso desses instrumentos como meio de pagamento teve crescimento abaixo da inflação, mas a utilização como ferramenta de investimento cresceu muito.