Economia

Morales a caminho de ser reeleito, de novo, na Bolívia

Autoridades internacionais colocaram resultados preliminares sob suspeita e protestos também foram registrados em seis regiões do país

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Segundo a Agência Brasil e o El Telégrafo, Evo Morales lidera a eleição com 45,3% dos votos contra 38,2% do rival Carlos Mesa, segundo uma conta preliminar de quase 84% das cédulas anunciadas pelo conselho eleitoral da Bolívia, o Supremo Tribunal Eleitoral do país, na segunda-feira 21.

No mesmo dia, as autoridades anunciaram que Morales estava perto de vencer no primeiro turno, mas os dados não mostram isso, pois para evitar um segundo turno em dezembro, Morales precisa de pelo menos 50% de maioria ou 10 pontos de vantagem sobre seu rival.

Por esse motivo, segundo a Deutsche Welle, os resultados foram rapidamente condenados por grupos de oposição e observadores internacionais do Brasil, Argentina, Colômbia e EUA.

Também de acordo com o meio de comunicação Mesa, que liderou o país entre 2001 e 2005, acusou Morales de fazer uma conluio com o Supremo Tribunal Eleitoral para ajustar os resultados atrasados ​​e evitar um segundo turno.

Depois disso, protestos e tumultos foram registrados em pelo menos seis das nove regiões da Bolívia.

Morales está no poder desde 2006. Em um referendo de 2016, os eleitores bolivianos rejeitaram a proposta de Morales de eliminar os limites para reeleição. Mas em 2018, a Suprema Corte do país anulou a votação e decidiu que Morales tinha o direito de concorrer novamente.

Há quase 14 anos no comando da Bolívia, Morales conseguiu aproveitar o boom das commodities e levar o país a um cenário de estabilidade econômica e redução da desigualdade, mas sua permanência no poder por tanto tempo está longe de ser considerada saudável para a democracia boliviana.

Analistas também dizem que o alto déficit público do país assim como a recente queda nas exportações de gás natural podem trazer complicações para a economia do país no próximo ano.