- Apesar disso, não são exatamente as manifestações as razões decisivas para a redução nas previsões de crescimento, e sim como elas colaboraram para intensificar um problema antigo dos países latino-americanos: o cenário de constante incerteza política.
- E ainda assim, Colômbia, ao lado de Peru (com previsão de alta no PIB de 3,2%) e, principalmente, Brasil (2,2%), devem liderar o crescimento da região neste ano.
Como se esperava, a onda de protestos que eclodiu em 2019 influenciou as previsões econômicas para a América Latina. Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) analisados pelo jornal La Republica mostram que as manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas de cidades da Colômbia, do Chile e da Bolívia no ano passado colaborou para reduzir as previsões de crescimento econômico para a América Latina e para esses países.
No caso da região como um todo, a previsão foi reduzida em 0.2 ponto percentual, para 1,6%.
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Em relação à Colômbia, o FMI previu um crescimento de 3,5% no PIB este ano. O número é 0,1 ponto percentual menor do que aquele divulgado em outubro de 2019 (3,6%). Embora esse crescimento seja semelhante ao projetado por outras entidades, como a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), ele difere das previsões de outras entidades, como o Banco Mundial e o Banco da República, que projetam um avanço de 3,6% e 3,3%, respectivamente, para a economia colombiana.
Apesar disso, não são exatamente as manifestações as razões decisivas para a redução nas previsões de crescimento, e sim como elas colaboraram para intensificar um problema antigo dos países latino-americanos: o cenário de constante incerteza política.
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“A incerteza sobre as políticas econômicas também aumentou nesses países, à medida que os governos consideram diferentes opções de reformas e políticas econômicas para tornar o crescimento mais inclusivo e atender às demandas sociais”, gerando um efeito sobre os números, disse Alejandro Werner, membro do FMI e analista para a região ao La Republica.
Ainda assim, Colômbia, ao lado de Peru (com previsão de alta no PIB de 3,2%) e, principalmente, Brasil (2,2%), devem liderar o crescimento da região neste ano.
Mas os analistas são também pragmáticos, ao afirmar que previsões são previsões, e que o resultado final dependerá de como os governos equilibrarão a pressão social pela promoção de bem-estar e a necessidade de se abrirem economicamente.