O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançou 0,4% no segundo trimestre de 2019. O indicador oficial divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) veio como um alívio para o mercado. Semanas antes, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB oficial, havia indicado queda nos resultados de abril a junho. Como os primeiros três meses do ano já tinham registrado retração (-0,2%), havia risco de recessão técnica no país – isso ocorre quando a economia recua dois ou mais trimestre seguidos.
Ao Wall Street Journal, o economista-chefe da corretora Necton, André Perfeito, disse que os números eram uma surpresa e que as projeções da equipe para a economia do país seriam revistas.
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Os economistas do Itaú não estão tão otimistas assim. Luka Barbosa, Alexandre Gomes da Cunha e Matheus Felipe Fuck assinaram um relatório em que dizem que dados preliminares do terceiro trimestre indicam um possível retração na geração de riquezas do país.
“A série trimestral do PIB é volátil, e este segundo trimestre positivo não representa uma aceleração da economia, em nossa opinião. Além disso, os poucos dados já disponíveis para o terceiro trimestre apontam para nova desaceleração do crescimento trimestral”, escreveram eles.
Embora eles reconheçam que uma série de fatores tenham contribuído para o resultado positivo do segundo trimestre, entre eles a alta na produção industrial (0,7%), a queda nas taxas de juros, o crescimento do crédito privado e o aumento no consumo das famílias (0,3% de um trimestre para outro), eles também lembraram de que há sinais de desaceleração global a caminho.
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Isso impede uma aceleração mais pronunciada da economia brasileira, assim como dos demais mercados emergentes.
Assim, o Itaú ainda projeta um PIB tímido para 2019, de 0,8% – estimativa que está de acordo com as projeções dos analistas ouvidos pelo Banco Central para o último Boletim Focus de segunda-feira (26). Para 2020, os economistas do Itaú estão mais pessimistas que a média. Enquanto eles preveem um PIB de 1,7%, o Boletim Focus traz uma projeção de 2,10%.