Dois meses após seu lançamento, o PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC), já responde por 78% de todas as transferências bancárias realizadas no Brasil graças ao baixo custo da operação para os bancos e da facilidade para os usuários.
De acordo com dados do BC, os brasileiros realizaram 87,1 milhões de transferências através do PIX entre 1º e 17 de janeiro (o PIX foi lançado em 16 de novembro de 2020). O volume de dinheiro movimentado via PIX só em 2021 já ultrapassa R$ 60 bilhões e o valor médio transferido é de R$ 700.
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Para João Bragança, diretor sênior da consultoria Roland Berger e especialista em meios de pagamento, a adesão superou a expectativa nas transferências P2P (entre usuários) e a popularização do serviço pode ser atribuída ao fato de que o PIX está substituindo os TEDs e DOCs. Isso porque o PIX traz algumas facilidades em relação aos outros dois serviços, como a ausência de limite mínimo ou máximo para pagamentos ou transferências, disponibilidade do serviço 24 horas nos sete dias da semana e custo zero para pessoa física – e mesmo para os bancos o custo é baixíssimo, de R$ 0,001 por PIX, segundo estimativa do BC.
De fato, no mesmo período em que o PIX bateu 87,1 milhões de transferências, dados do BC mostram que foram realizados apenas 18 milhões de TEDs e 6,5 milhões de DOCs.
Na avaliação da consultoria alemã, o PIX será cada vez mais utilizado em substituição ao boleto, já que é um meio mais econômico de fazer pagamentos; e, até o fim do ano, Bragança acredita que o PIX será mais utilizado também no varejo – opção que já existe, mas ainda é menos conhecida.
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“Para que os brasileiros possam utilizar o PIX para pagar suas compras no comércio, acreditamos que o lançamento de novas ferramentas de conciliação são uma necessidade. É preciso saber rastrear as vendas com o meio de pagamento e muitos varejistas ainda não estão preparados”, explica Bragança.

Os dados mais recentes disponibilizados pelo BC mostram que, até 31 de dezembro, foram realizadas 105.951.584 transações PIX P2P contra 7.966.717 transações P2B e 2.807.835 transações B2B.
Embora o total de transferências bancárias B2B por PIX tenha sido bem inferior ao número de transferências P2P, o valor movimentado é bastante aproximado: as transferências P2P envolveram R$ 48,8 bilhões, enquanto as transferências B2B chegaram a R$ 40 bilhões.
Com quem é possível fazer um Pix
O Pix pode ser utilizado para transferências e pagamentos:
- entre pessoas (transações P2P, person to person);
- entre pessoas e estabelecimentos comerciais, incluindo comércio eletrônico (transações P2B, person to business);
- entre estabelecimentos, como pagamentos de fornecedores, por exemplo (transações B2B, business to business);
- para transferências envolvendo entes governamentais, como pagamentos de taxas e impostos (transações P2G e B2G, person to government e business to government).