- Ele acredita que somente no fim deste ano é que a taxa básica de juros dos Estados Unidos deverá ser reduzida;
- E isso se a inflação permanecer abaixo da meta, de 2% ao ano.
Em entrevista ao jornalista Bruno Villas Bôas, do jornal brasileiro Valor Econômico, o economista e ex-diretor do Federal Reserve (Fed) Randall Kroszner disse que as moedas de países emergentes em processo de redução da taxa básica de juros, como o Brasil, continuarão pressionados pela política monetária dos Estados Unidos em 2020.
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Ele acredita que somente no fim deste ano é que a taxa básica de juros dos Estados Unidos deverá ser reduzida, e isso se a inflação permanecer abaixo da meta, de 2% ao ano. Segundo ele, o Fed “quer evitar a situação vivida pelo Japão, onde a inflação e as expectativas de inflação caíram muito abaixo da meta de 2% e a política monetária demorou a responder”.
Kroszner explicou que ao corte dos juros nos EUA no início do ano passado foi fundamental para a sustentação da expansão econômica do país. “Evitar a recessão e manter um sólido crescimento têm impacto positivo em mercados emergentes como o Brasil, pois ajuda a manter a demanda por exportações”, ressaltou o economista.
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Ao mesmo tempo, taxas de juros mais baixas nos EUA ajudam a reduzir parte da pressão de valorização do dólar sobre as moedas emergentes. Sobre o Brasil, Kroszner disse que o país precisar seguir com a agenda de reformas iniciada em 2019. “Se o Brasil continuar no caminho da reforma, a confiança retornará e a economia se recuperará”, disse ele ao Valor.