- O volume de remessas caiu apenas 1,6%, para US$ 540 bilhões;
- O crescimento dos fluxos de remessas em 2020 foi mais forte na América Latina e Caribe, com alta de 6,5%;
- Esse dinheiro enviado geralmente por familiares que vivem em outros países se tornou uma fonte de recursos vital durante a pandemia.
As remessas de cidadãos que trabalham no exterior para países de baixa e média renda se sustentaram inesperadamente bem em 2020 e superaram os investimentos estrangeiros diretos e a ajuda externa ao desenvolvimento, mostrou um relatório do Banco Mundial.
O volume de remessas caiu apenas 1,6%, para US$ 540 bilhões, disse o relatório, devido a estímulos fiscais em países que hospedam trabalhadores migrantes, a uma mudança nos fluxos de dinheiro para o digital (com menos pessoas viajando devido à pandemia de coronavírus) e mais dinheiro enviado por via formal em vez de canais presenciais.
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O crescimento dos fluxos de remessas em 2020 foi mais forte na América Latina e Caribe, com alta de 6,5%, enquanto caiu no Leste Asiático e região do Pacífico, Europa e Ásia Central e na África Subsaariana – incluindo uma queda de 28% na Nigéria, dominada por problemas monetários após uma queda nos preços do petróleo.
Há um ano, o Banco Mundial previu uma queda nos salários e empregos dos migrantes no exterior e uma queda de cerca de 20% nas remessas. Esse dinheiro enviado geralmente por familiares que vivem em outros países se tornou uma fonte de recursos cada vez mais vital, à medida que governos e famílias em países mais pobres lutam para arcar com o custo financeiro da pandemia.
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“A resiliência dos fluxos é notável. As remessas estão ajudando a atender à crescente necessidade de sustento das famílias”, disse Dilip Ratha, principal autor do relatório.
O Banco previu que as remessas, que caíram 4,8% durante a crise financeira de 2009, subirão 2,6% em 2021 e 2,2% em 2022, impulsionadas por uma recuperação esperada no crescimento global.