A crise mundial em torno do surto de coronavírus parece ter atingido um novo pico. Na América Latina, mercados caem, companhias aéreas registram perdas e governos anunciam novas restrições em um esforço para conter o Covid-19, à medida que novos casos são confirmados na região.
Segundo El Economista, com base nas estimativas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), os efeitos econômicos causados pelo surto nas companhias aéreas da América Latina (que no ano passado movimentaram 300 milhões de passageiros, 3,9% a mais do que em 2018) poderiam atingir US$ 8 bilhões. Após um início de ano positivo para a indústria da região, espera-se que, a partir deste mês, haja muito menos tráfego de passageiros.
O diretor executivo da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), Luis Felipe de Oliveira, pediu às pessoas que não entrem em pânico pois as companhias aéreas da região seguem os protocolos internacionais oferecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Na Argentina, o Clarín informa que o governo está restringindo a entrada de cidadãos da China, Estados Unidos, Coréia do Sul, Japão, Irã e da maior parte da Europa, como parte de uma diretriz de medidas preventivas contra a pandemia de coronavírus. A nova disposição suspende temporariamente as admissões de “residentes temporários” e planeja impor uma quarentena obrigatória a todos os viajantes desses países.
No Brasil, informa o Valor Econômico, as empresas estão aumentando as restrições ao movimento de funcionários. Dada a expectativa de que o país em breve enfrente um aumento repentino de pessoas infectadas, na opinião dessas empresas e bancos, não é suficiente evitar voos para o exterior. Muitos, como a filial brasileira da Mastercard e a XP Investimentos, fecharam escritórios ou expandiram o uso do “home office”, que mantém os funcionários trabalhando em casa.
Mercados
Com menos vôos, a situação das companhias aéreas piora. Ontem, as ações da Azul caíram 16,39% e as da Gol, 14,57%. Negociadas em Nova York, as ações da líder regional Latam caíram 17,79% em março.
Depois que a OMS declarou o surto uma pandemia oficial na quarta-feira, os principais índices das bolsas de valores caíram pela segunda vez em uma semana. O Ibovespa do Brasil caiu 7,63%, o IPSA do Chile 5,91%, o Merval da Argentina caiu 4,3% e o IPC do México retomou as perdas para 2,24%.
Os mercados já sinalizaram um dia turbulento na quinta-feira, um dia após o presidente dos EUA Donald Trump anunciar a proibição de viagem para os Estados Unidos da maioria dos europeus, uma medida a ser aplicada a partir de sexta-feira.