O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 2,9% em agosto sobre o mês anterior, na terceira alta mensal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, em um desempenho recorde para o mês, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas acumuladas de fevereiro a maio por causa da pandemia.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador sofreu a sexta queda consecutiva, de 10%.
O desempenho do setor, que responde por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, veio um pouco melhor do que as expectativas de analistas que apontavam alta mensal de 2,3% e recuo anual de 10,7%, segundo pesquisa Reuters.
Ainda assim, em 12 meses o setor de serviços acumulou queda de 5,3%, a mais forte da série, que teve início em dezembro de 2012. A alta acumulada desde junho, de 11,2%, foi inferior às perdas de 19,8% registradas de fevereiro a maio.
“Ainda não devemos ver em 2020 uma recuperação das perdas provocadas pela pandemia”, afirmou a jornalistas o gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo, acrescentando que o setor ainda está 9,8% abaixo do nível de fevereiro.
Lobo ressaltou que, mesmo com medidas de flexibilização das restrições à movimentação, o deslocamento ainda não voltou aos níveis normais, limitando a recuperação de um setor que, ainda mais do que comércio e indústria, depende em grande medida do contato presencial.