- 100 M&A de startups foram realizados nos últimos nove meses;
- Só em setembro deste ano, foram 21 aquisições.
Este 2020 é o ano com o maior número de fusões e aquisições de startups brasileiras: ao todo, foram realizadas 100 M&A de startups nos últimos nove meses. É o que afirma pesquisa realizada pela Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da Distrito.
“Este mercado já estava bastante aquecido e a pandemia acabou trazendo novas oportunidades. A inovação dentro de grandes empresas é um processo mais custoso e demorado. Ao adquirir startups, as corporações dão agilidade a este processo e saem na frente de suas concorrentes”, disse Gustavo Gierun, co-fundador da Distrito. Até agora, os setores de adtechs e fintechs foram os que mais atraíram interesse de grandes corporações em 2020. Cada um deles teve 15 startups adquiridas neste período.
Só em setembro deste ano foram 21 aquisições. O volume acumulado no ano já é 58,7% superior a todo o ano de 2019, quando foram realizadas 63 aquisições. Entre os compradores, a Distrito destaca a Pixeon, que adquiriu a BoaConsulta, a Magazine Luiza, que adquiriu a AiQFome, e a Loft, que adquiriu a Invest Mais para ampliar sua oferta de hipotecas. A segunda metade do ano acumulou a maior parte das M&A:

Além disso, fundos de venture capital investiram US $ 843 milhões em startups brasileiras ao longo de setembro. No ano, o valor acumulado já chega a US $ 2,2 bilhões, distribuídos em 322 rodadas.
Só no último mês, foram US $ 843 milhões investidos em startups brasileiras, divididos em 37 aportes. Segundo a Distrito, setembro foi o mês mais movimentado na história do mercado de capital de risco brasileiro: um aumento de 65% em relação a setembro de 2019 (quando o valor da infusão foi de US$ 510 milhões, e um crescimento de 796% em relação a 2018, quando as startups receberam US$ 94 milhões. Apesar do crescimento em volume, o número de transações foi menor que no último ano: 37 contra 43.
Entre as principais rodadas realizadas ao longo de setembro, está uma de US $ 300 milhões para a fintech Neon e outra de US $ 225 milhões para a plataforma de e-commerce VTEX. Juntas, essas rodadas corresponderam a aproximadamente 62% do volume total investido no mês.
Puxados por esses dois financiamentos, os setores de fintech e retailtech foram os mais representativos. Outros setores que se destacaram no mês foram regtech, que movimentou US $ 109 milhões, e foodtech, que recebeu US $ 25 milhões em recursos.
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“Se considerarmos apenas os três primeiros trimestres, 2020 fica atrás somente de 2019. Neste ano, os nove primeiros meses acumularam US$ 2,2 bilhões, contra US$ 2,3 bilhões de 2019. O mercado de venture capital no Brasil segue movimentado e líquido, mesmo diante da pandemia”, aponta Gierun.
Considerando todas as 322 captações realizadas nos três primeiros trimestres deste ano, nota-se que a maioria dos aportes estão concentrados nos estágios early stages (Anjo, Pré-Seed e Seed). São 245 no total.
Porém, quando se volta para o volume investido, a concentração está nos estágios late stage (Series A – G e Private Equity). Mais de 90% do capital investido (US$ 2,1 bilhões) está concentrado nestes estágios.