- 77% dos brasileiros entrevistados dizem não gostar de ter de esperar dois dias úteis para a validação de um boleto;
- A pesquisa ouviu remotamente 3.024 brasileiros acima de 18 anos nas cinco regiões do País (53% mulheres) das classes A, B, C, D e E.
Pouco mais de 3/4 dos brasileiros entrevistados por um novo estudo (76%) afirmam que fariam mais transferências bancárias se elas fossem gratuitas, segundo a pesquisa Tendências no Segmento de Pagamentos Digitais: Pix e Open Banking feita pelo Opinion Box encomendada pelo PayPal.
Com o PIX em fase de testes (o sistema de pagamento instantâneo do Brasil será oficialmente lançado no dia 16), os brasileiros poderão fazer transações bancárias sem taxas 24 horas por dia. O que, segundo a pesquisa, vai de encontro com a vontade da população entrevistada: 61% deles não gostam de fazer transações bancárias no formato DOC e TED por causa das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras; e 57% dos entrevistados dizem que costumam perguntar para qual banco será a transferência antes de efetuar o pagamento.
Enquanto isso, 77% dos brasileiros entrevistados dizem não gostar de ter de esperar dois dias úteis para a validação de um boleto, por exemplo; e 72% não gostam da espera até a aprovação de um pagamento.
A empresa ouviu remotamente 3.024 brasileiros acima de 18 anos nas cinco regiões do País (53% mulheres) das classes A, B, C, D e E. As entrevistas, feitas por meio de questionário padrão com 66 perguntas, foram realizadas entre 7 e 14 de outubro de 2020.
“Tanto o Pix quanto o open banking são plataformas que podem trazer uma grande gama de novos produtos e serviços para os brasileiros – baseados em menores custos, mais disponibilidade e menos burocracia no dia a dia. A pesquisa do Opinion Box demonstra, porém, que há uma longa jornada pela frente no que diz respeito à conquista desse cliente/correntista, que ainda não tem todas as informações à disposição para se decidir pelo uso ou não dessas novas funcionalidades”, disse Carlos Nomura, Head de Pagamentos do PayPal Latam em um pronunciamento à imprensa.
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Sacando o dinheiro para não pagar taxas
Ainda segundo o estudo, cerca de 27% dos brasileiros entrevistados optam por sacar o dinheiro e entregá-lo pessoalmente para evitar pagar as taxas de transferência cobradas pelos bancos. Outros 22% preferem entregar o dinheiro pessoalmente para evitar ter de esperar o tempo de confirmação do pagamento.
Enquanto isso, em torno de 60% dos brasileiros pesquisados pelo Opinion Box passam por alguma situação de incômodo em relação à realização de pagamentos “sempre” ou “quase sempre”, sendo que o fato de precisarem esperar até o próximo dia útil para efetuar uma transferência bancária é a situação mais comum (36% citaram não poder realizar a operação no fim de semana e 35% reclamaram do horário comercial).
O Opinion Box perguntou também quanto os métodos atuais de pagamento fazem parte da vida dos brasileiros: o boleto bancário ainda é utilizado por cerca de 52% das pessoas, enquanto 48% costumam utilizar a transferência bancária no dia a dia.
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Entre aqueles que costumam usar a transferência bancária, o TED é a forma preferida, com 86%, seguida pelos aplicativos de transferência (59%) e pelo DOC (42%).
Contudo, apenas 15% dos brasileiros ouvidos dizem que conhecem bem o PIX. 8% nunca ouviram falar do sistema, 28% já ouviram falar, mas não sabem o que é e 49% disseram conhecer um pouco.
Mais do que a metade (59%) dos brasileiros entrevistados consideram o PIX seguro. Para 66%, o sistema de pagamentos do Banco Central é fácil de entender; e 72% se disseram propensos a usá-lo no dia a dia.
Quando informados sobre a potencial gratuidade da plataforma para envio de dinheiro entre pessoas físicas, o índice dos entrevistados que a utilizaria sobiu para 80%.
32% dos entrevistados pelo Opinion Box disseram ter a intenção de substituir DOC, TED e boleto bancário pela nova ferramenta; 8% disseram que continuariam usando somente DOC, TED e boleto; e 60% dos pesquisados se mostraram “multimeios”.
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77% dos brasileiros procuram bancos que garantem melhor custo-benefício
O Open Banking brasileiro é uma nova ferramenta para empoderar os consumidores, permitindo o compartilhamento dos dados deles entre as instituições financeiras, por meio de uma plataforma que integra e padroniza os aplicativos de bancos e fintechs. Para isso, o cliente deve autorizar esse compartilhamento de dados, o que traz mais transparência na relação com as instituições financeiras.
É muito interessante ver que, apesar de ainda não saberem, tanto o PIX quanto o open banking tem um grande potencial de resolver problemas reais do dia a dia dos consumidores. O desafio, agora, é tornar os dois temas em conhecimento qualificado e não superficial para começar a ver seu impacto nos hábitos dos brasileiros em transações financeiras.
FELIPE SCHEPERS, COO DO OPINION BOX
O Open Banking facilitaria a comparação entre instituições e daria ao consumidor possibilidade de encontrar soluções mais baratas e mais voltadas para sua necessidade, além de aumentar a segurança
dos dados entre os bancos. Assim, a pesquisa do Opinion Box descobriu que 77% dos brasileiros entrevistados procuram por bancos que possam oferecer taxas diferenciadas, garantindo o melhor custo-benefício; e 65% gostariam de ter todos os seus dados financeiros centralizados em um só lugar.
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Além disso, 26% dizem ter dificuldade de controlar as finanças por ter de verificar contas em diversos bancos. Segundo o estudo, pouco mais da metade (53%) dos consumidores já tiveram dificuldade para conseguir crédito em um banco, enquanto que 50% já desistiram de mudar de instituição financeira por causa da burocracia; e 45%, por não conseguirem os mesmos limites de crédito que têm atualmente.
Apesar de o Open Banking ser visto pelos especialistas como uma boa notícia para os correntistas/clientes, ainda há muito desconhecimento sobre o real significado do termo. Cerca de metade dos brasileiros entrevistados nunca ouviu falar da nova ferramenta, e apenas 22% dizem “conhecer pouco” ou “conhecer bem” o assunto.
Contudo, depois de informados sobre a regulação do Open Banking, 45% dos entrevistados entenderam como ele funciona e 35% se disseram seguros quanto a usar essa funcionalidade. Mas, apenas 34% autorizariam o compartilhamento de seus dados com outras instituições financeiras.
Entre os que autorizariam o compartilhamento de dados, 30% o fariam porque isso lhes traria benefícios; 25%, porque acreditam que isso facilitaria a obtenção de crédito em outras instituições financeiras; e 19% porque poderiam optar pelos serviços bancários mais baratos.
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Já entre os que não têm interesse em compartilhar seus dados (24% do total), os principais motivos para isso são: “me preocupo com quem terá acesso aos meus dados”, com 50%; “não acho que meu histórico bancário deva ser compartilhado”, com 20%; “acredito que só eu devo ter acesso aos meus dados financeiros”, com outros 20%; e “tenho medo de que meu histórico bancário me prejudique em outros bancos”, citado por 10% dos entrevistados.