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a55 lança nova modalidade de crédito para startups usando protocolo de finanças descentralizadas

A nova linha usou um protocolo de crédito baseado no blockchain Solana e foi implementada em parceria com a fintech belga Credix, que acaba de desembarcar no Brasil

os três fundadores da a55
a55 cofundadores, da esquerda para a direita: André Luiz Silva (COO), André Wetter (presidente) e Hugo Mathecowitsch (CEO). Foto: Movile/ Divulgação.
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fintech a55, que oferta crédito para startups e empresas da chamada nova economia, anunciou nesta segunda-feira sua primeira operação usando um protocolo de finanças descentralizadas (DeFi, no jargão em inglês). O modelo de financiamento usa a stablecoin USDC – com lastro em dólar – atrelada ao real. A nova modalidade é feito por meio do blockchain Solana e foi implementada em parceria com a fintech belga de cripto Credix, que acaba de chegar ao Brasil.

A a55 concede crédito usando como parte da sua análise de risco a receita previsível dos tomadores. Por meio de uma plataforma proprietária que concentra dados de contas bancárias, faturamento, volume de transações de pagamento e outros dados. Desde a sua fundação, em 2017, a fintech já fez mais de mil operações dessa maneira, concedendo R$ 400 milhões a startups do Brasil e do México – a fintech chegou na segunda maior economia da América Latina no segundo trimestre de 2021, quando levantou uma rodada de US$ 35 milhões liderada Accial Capital.

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“Estamos escrevendo a história do mercado de capitais na América Latina com a primeira transação nesse modelo no Brasil”, explicou Hugo Mathecowitsch, CEO da a55m, em comunicado à imprensa, acrescentando que acredita que esse modelo de dívida DeFi-TradFi (ou seja, que une as finanças descentralizadas com o sistemas tradicionais) serão, em breve, o novo normal no setor. Ao LABS, ele disse que espera que a a55 movimente cerca de US$ 20 milhões (R$ 100 milhões) na nova modalidade, mas que em 2023 esse volume financiamento via Defi-TradFi cresça de três a cinco vezes.

“Integrar stablecoins e protocolos de liquidez em nossa estratégia de captação é um caminho importante para complementar estruturas centralizadas, escolhendo o melhor dos dois mundos e conectando soluções DeFi aos mercados de capitais tradicionais”, adicionou Gabriel Zamora, diretor de mercados de capitais da a55.

“A Credix ficou muito impressionada com a equipe a55 e sua visão de desenvolver o financiamento baseado em receita. Este empréstimo em DeFi é o início de uma parceria e de uma emocionante jornada de crescimento, para revolucionar os mercados globais de crédito”, disse Thomas Bohner, CEO da Credix, também no comunicado.

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Mathecowitsch disse também ao LABS que na lista de metas da a55 para 2022 estão melhorar os modelos de previsibilidade da fintech, incorporar novos conjuntos de dados das empresas à plataforma, como ERPs, CRMs, web analystics e sistemas de gerenciamento de estoque, além de expandir comercialmente a solução possibilitando que outras partes interessadas, como investidores, tenham acesso à plataforma.

A fintech está com recursos reforçados para fazer tudo isso. Levantou no último mês de janeiro, uma rodada Série B de R$ 92,8 milhões liderada pelo grupo Movile, dono do iFood.