- Segundo os Correios, o acordo atende uma solicitação da União Postal Universal (UPU) – agência especializada da ONU que coordena o sistema postal internacional;
- Ainda não se sabe se após a retomada dos voos internacionais o esquema combinado será mantido.
Nesta semana, os Correios e o serviço postal chinês fecharam um acordo para trazer encomendas e documentos do país asiático para o Brasil por meio de navios.
Segundo os Correios, o acordo atende uma solicitação da União Postal Universal (UPU) – agência especializada da ONU que coordena o sistema postal internacional – “para flexibilizar os modais de encaminhamento e desburocratizar a entrada de cargas postais pelas alfândegas mundiais”.
O esforço é necessário como forma de contornar a redução drástica (de mais de 80%) dos voos internacionais em razão da pandemia do novo coronavirus. O comércio eletrônico internacional é o mais impactado por essa situação, pois depende do transporte de mercadorias no andar inferior das aeronaves com passageiros.
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“Devido à grande quantidade de carga represada oriunda dos sites de e-commerce chineses, o correio daquele país foi um dos primeiros a optar pelo encaminhamento marítimo. Desta forma, os Correios se prontificaram em seguir os encaminhamentos da UPU para facilitar e desburocratizar a entrada desta carga, garantir a continuidade do serviço postal e, assim, atender às expectativas dos consumidores brasileiros,” disse o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, em texto distribuído à imprensa.
As primeiras cargas relacionadas a esse acordo chegaram ao Terminal de Contêineres de Paranaguá – (TCP), no Paraná, no último sábado, dia 30 de maio. A escolha do porto paranaense se deve à proximidade do Centro Internacional dos Correios em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A unidade, com 20 mil metros quadrados, é responsável pelo recebimento e desembaraço de grande parte das encomendas internacionais que chegam ao Brasil.
Outras duas remessas de objetos vindas da China por meio marítimo estão previstas para chegar ao TCP, por meio desse novo acordo, nos meses de junho e julho.
De acordo com os Correios, ainda não se sabe se será possível manter essa operação logística após a normalização pós-pandemia das atividades. “Além do entendimento entre os correios do Brasil e da China, é necessário ainda apurar a adaptabilidade dos operadores, em função do tráfego aéreo reduzido. A modalidade se mostra interessante, dado o volume envolvido e os custos operacionais e de transporte, se comparado ao modal aéreo”, disse o serviço em publicação para a imprensa, sem detalhar, porém qual exatamente é o volume transportado pelo novo acordo firmado com a China.