Em 2020, o Airbnb planejava seu IPO, algo que levaria a empresa a um outro nível de maturidade. Mas então veio o COVID-19, e todos os planos mudaram. A empresa conseguiu atrair investidores, fez um grande empréstimo e está tentando se reinventar, tudo no meio da crise.
Neste mês, o Airbnb garantiu um novo empréstimo de US$ 1 bilhão apenas alguns dias depois de fechar um acordo de US$ 1 bilhão em dívidas e ações com a Silver Lake e a Sixth Street Partners. Os termos do acordo não foram divulgados. O Wall Street Journal informou, no entanto, que uma fonte familiarizada com a operação disse que o empréstimo de cinco anos tem uma taxa de juros de 7,5%.
Em post no site, a empresa frisou que o novo empréstimo “garantirá que o Airbnb possa continuar investindo”, tanto na empresa quanto na “comunidade de anfitriões e convidados em mais de 220 países e regiões ao redor do mundo”. Alguns dias depois, a empresa decidiu demitir contratados como trabalhadores contingentes e adiou os estágios de verão.
Antes da rodada de captação de recursos, a empresa tinha mais de US$ 2 bilhões no banco e uma avaliação esperada para seu IPO de US$ 26 bilhões. Mas, segundo a Reuters, o acordo com Silver Lake e Sixth Street “incluía bônus de subscrição para as duas empresas de private equity que podem ser exercidas com uma avaliação de US$ 18 bilhões”.
Durante todas essas negociações, o Airbnb lançou algumas iniciativas, na tentativa não só de experimentar coisas novas, mas de manter sua comunidade de anfitriões e usuários ativa. Uma delas foram as experiências on-line.
Ao TechCrunch, o diretor de design do Airbnb, Alex Schleifer, disse que esse novo produto foi lançado em questão de semanas, usando funcionários de todos os tipos de equipe.
“Discutimos muitas ideias, mas a maneira como trabalhamos e nos conectamos como uma equipe [remotamente] e vivemos on-line com a família tornou essa idéia mais concreta para nós. Então, contatamos os hosts, fizemos testes com esses hosts com microfone [e tudo o mais necessário] e lançamos com 50 pessoas. Agora, temos quase 100 hosts oferecendo experiências on-line e milhares de outros que se ofereceram para oferecer experiências “, disse Schleifer ao TechCrunch. Segundo ele, algumas das experiências já estão esgotadas.
Para Schleifer, as experiências on-line têm chance de se tornar uma operação permanent do Airbnb. “Elas têm apenas algumas semanas, mas mesmo para um produto em sua primeira versão, estamos gostando muito disso. (….) E eu acho que será um grande negócio para nós quando sairmos da pandemia porque permite que os hosts hospedem experiências on-line e no mundo real “, afirmou o CDO da empresa.
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De acordo com a Bloomberg Businessweek, no entanto, a retomada total da empresa de Brian Chesky pode depender de um boom de viagens pós-pandemia para se reerguer totalmente. O problema, segundo a publicação, é que ninguém sabe quando exatamente as pessoas decidirão que é seguro sair de férias novamente. Por outro lado, as estadias de curto prazo nas unidades do Airbnb parecem muito mais seguras do que passar alguns dias em um grande hotel.
No total, de acordo com projeções compartilhadas com potenciais investidores, a receita do Airbnb pode cair 50% este ano, disse a Bloomberg.