A Ânima Educação, grupo educacional à frente de 18 instituições de ensino superior e mais de 570 polos educacionais, é a mais nova empresa brasileira a anunciar a criação de um Corporate Venture Capital (CVC) para investir em startups. O fundo Ânima Ventures chega ao mercado com R$ 150 milhões e planos de fazer investimentos em empresas de tecnologia estratégicas nos próximos 10 anos. A ideia é aportar recursos não apenas em edtechs que atuem de forma complementar ao core business da Ânima, mas também em startups que desenvolvam soluções transversais.
O Ânima Ventures planeja investir em startups em estágio inicial, com preferência por rodadas Seed e investimentos entre R$ 1 e R$ 5 milhões, com possibilidade de participação em Séries A. A companhia espera trazer entre 10 e 15 startups para o portfólio.
Essa não é a primeira investida da Ânima no ecossistema de inovação. De acordo com a empresa, o Ânima Ventures é resultado de um movimento de aproximação do ecossistema de inovação que começou há três anos, com o lançamento do Learning Village, um hub de tecnologia focado em educação e desenvolvimento de pessoas que já tem 35 startups aceleradas no portfólio.
Durante esse período, a Ânima também investiu em duas startups, a MedRoom, voltada para o desenvolvimento de soluções em tecnologias imersivas no setor de saúde; e a Gama Academy, escola de tecnologia que seleciona e capacita profissionais para atuarem nas áreas de programação, design, marketing e vendas.
Descrito como um complemento às iniciativas de inovação da companhia, o Ânima Ventures será comandado pelo atual CEO da HSM e da SingularityU Brazil, Reynaldo Gama. À frente do comitê de investimentos estarão os cofundadores da Ânima, Daniel Castanho, Marcelo Bueno e Maurício Escobar. “O fundo permitirá a continuidade do nosso propósito de transformar o Brasil pela educação, olhando não somente o core business, mas tudo que contribua ao ecossistema”, disse Castanho.
Com uma tese de investimento agnóstica no que tange ao setor, o Ânima Ventures vai buscar por startups que desenvolvam soluções que potencializem os negócios da empresa e por novas oportunidades de crescimento.
“O momento é muito oportuno já que o mercado está bem mais maduro. A ideia é ampliar o Ecossistema Ânima, além do nosso core business para educação de qualidade, trazendo soluções de acesso com algumas Fintechs, de Inteligência Artificial, de Realidade Virtual ou de Realidade Aumentada, por exemplo. Não queremos potencializar somente edtechs, mas tudo que possa agregar valor e compor o nosso ecossistema”, explicou Gama.
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A premissa da iniciativa é a colaboração e o intercâmbio de ideias, segundo Castanho. “Mais do que investir dinheiro, contribuiremos na atividade foco de cada startup por meio dos mestres e doutores que reunimos em praticamente todas as áreas do saber, além de suporte nas áreas de gestão e comercial”.
Um terço dos recursos do fundo, R$ 50 milhões, vão alimentar uma Venture Builder recém-criada para testar teses de investimentos e buscar empreendedores que estão “começando do zero” e que queiram ter a Ânima Educação como sócia. “Estamos à procura de fundadores para startups que ainda não existem”, concluiu Castanho.
O grupo Ânima é dono das universidades Anhembi Morumbi, São Judas, Unisul, entre outras e também tem os direitos sobre as marcas HSM, BSP, Le Cordon Bleu e Singularity no Brasil.