A brasileira Digibee, startup que integra sistemas de grandes empresas ao mundo digital, fechou uma rodada Série A de US$ 25 milhões para acelerar a internacionalização da plataforma, principalmente para os Estados Unidos e, aqui na América Latina, para México, Chile, Colômbia e Peru. A rodada foi liderada pelo SoftBank Latin America Fund e acompanhada pela Kinea Ventures e pela G2D Investments.
Fundada em 2017 por Rodrigo Bernardinelli, Peter Kreslins Junior e Vitor Sousa, a Digibee desenvolveu uma solução para conectar os diferentes sistemas de uma empresa – aplicativos, servidores, dados, nuvem, dispositivos, ecossistemas de parceiros, entre outros. De acordo com um estudo da consultoria norte-americana Gartner, a integração de sistemas devora 50% dos orçamentos dedicados para projetos de transformação digital nas empresas.
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Bernardinelli explica que o alto custo se deve ao fato de que a integração de sistemas demanda muito código, o que demanda programadores e desenvolvedores – profissionais cada vez mais disputados e escassos no mercado. Isso sem falar nas ferramentas específicas, com controles rígidos de segurança para movimentar dados de um lado para o outro.
“Nós desenvolvemos uma forma de fazer essa integração de maneira simples e rápida, sem abrir mão de performance, resiliência e segurança. Construímos uma plataforma 100% na nuvem baseada em low code, e ainda, com criptografia, logs, cofre de senhas e outros. Qualquer integração na Digibee já nasce com a máxima segurança possível”, conta Bernardinelli, CEO da startup.
Por meio da solução da Digibee é possível, por exemplo, integrar um e-commerce com um sistema financeiro; ou integrar o PIX como forma de pagamento na operação de uma rede de varejo; ou, ainda, integrar o sistema de uma empresa do setor de educação com o sistema de um grande banco para viabilizar a oferta de crédito estudantil.
A todo momento, novas tecnologias surgem no mundo, mas como conectar todas elas? Abrir uma API para o mundo é uma coisa, mas como fazer todas elas conversarem? Nosso trabalho é ajudar as empresas a modernizar, reestruturar e gerenciar suas arquiteturas de sistemas, aprimorando processos e ferramentas. A nossa plataforma gera um gasto para as empresas menor do que um desenvolvedor custaria para elas.
Rodrigo Bernardinelli, CEO da Digibee
Atualmente, a Digibee atende mais de 250 empresas de diferentes segmentos, como financeiro, varejo, saúde, TI, telecom, educação, entre outros. Entre os clientes da startup estão nomes de peso como Itaú, Assaí Atacadista, B3, Carrefour, Dasa, Fleury e Bauducco.
Em 2021, a empresa alcançou R$ 50 milhões de receita anual recorrente e um crescimento de 213% se comparado com 2020. A projeção para 2022 é crescer 230%, ultrapassando R$ 165 milhões de receita.
Agora, com a Série A, a Digibee tem um plano claro: conquistar o mercado americano. “É o mais competitivo e representa mais da metade do mercado global de software. Quando a gente ganhar este mercado, vamos ganhar o mundo”, disse Bernardinelli.
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Para viabilizar esse crescimento, uma das prioridades da empresa é investir no time. A expectativa é passar de 160 funcionários para mais de 400 até dezembro deste ano. Isso inclui, além de quadruplicar a área de produto, a contratação de executivos de peso.
A startup já tem feito um movimento de trazer nomes importantes para a equipe, a exemplo de Flavio Pripas, ex-Redpoint eventures e Cubo, que assumiu como chief strategy officer (CSO); Ken Arredondo, ex-IBM e CA Technologies, como chief revenue officer (CRO) e Marcelo Silva, ex-Cisco, que assumiu a operação brasileira da Digibee.
E não para por aí: tem Série B no radar para logo.