Thales de Freitas, economista com passagens pela Global 66, HSBC e Citi, acaba de assumir como country manager da corretora de criptomoedas e unicórnio mexicano Bitso no Brasil. A empresa vinha sendo comandada pelo fundador, Daniel Vogel, que se mudou para o país após a saída de Marcos Jarne, que ficou apenas dez meses no cargo.
De acordo com a empresa, Thales será responsável por conduzir a estratégia da Bitso no país, trabalhando junto ao ecossistema financeiro digital para expandir “a usabilidade, acessibilidade e segurança dos criptoativos e acelerar a inclusão financeira dos brasileiros.” O plano é fazer do Brasil o principal mercado da fintech, que já tinha mais de 2 milhões de clientes no México e na Argentina com desembarcou por aqui.
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Criada em 2014 no México, a Bitso, que opera com as criptomoedas bitcoin e ether, estreou no Brasil em dezembro de 2020, atendendo investidores institucionais. Mas só começou a operar com investidores em geral em maio de 2021, quando também anunciou uma rodada de US$ 250 milhões liderada por Tiger Global e com participação de fundos como Coatue, Valor Capital, Kaszek, QED e Pantera. Esses três últimos fundos já haviam investido US$ 62 milhões na plataforma em dezembro junto com a Coinbase.
Meses depois, em julho de 2021, a Bitso se tornou o primeiro unicórnio de criptoativos da América Latina e o apenas o segundo do México.
A empresa não revela quantos clientes já tem no Brasil, mas quando Vogel desembarcou por aqui, disse ao Valor Investe que essa base já tinha dobrado entre maio e setembro do ano passado, e que o volume negociado tinha crescido 90%.
Nesta semana, em entrevista à Exame, Freitas disse em 2022 a Bitso quer assumir a liderança do mercado brasileiro — meta bastante usada e que encontrará pela frente concorrentes de peso como o Mercado Bitcoin e a corretora estrangeira Binance.
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Para vencer essa corrida, além de novos produtos, a Bitso está investindo na criação de novas oportunidades de uso de criptomoedas em diferentes tipos de transação. O projeto piloto com a Rappi anunciado no México, com participação também da Bitpay, é uma dessas novas oportunidades.
A fintech, que é uma das patrocinadoras do time de futebol São Paulo desde janeiro de 2022, também quer oferecer compra de ingressos para jogos de futebol por meio de criptomoedas — o clube paulistano deve ser o primeiro, aliás, a oferecer tal facilidade por meio da empresa.