Negócios

Bornlogic capta R$ 52 milhões para transformar vendedor em criador de conteúdo para grandes varejistas

Startup criou plataforma que gera inteligência sobre marketing digital para grandes marcas e transforma os próprios vendedores em criadores de campanhas

Bornlogic startup marketing digital
André Fonseca, fundador e CEO da Bornlogic. Foto: Divulgação
Read in english

A Bornlogic, startup brasileira que criou uma plataforma por meio da qual os próprios vendedores do varejo criam campanhas de marketing digital, acaba de anunciar a captação de R$ 52 milhões. O aporte Série A foi liderado pela Astella Investimentos, que já havia investido na Bornlogic em 2020 em rodada Seed, e acompanhada por HiPartners, Endeavor Scale Up Ventures e Marcelo Lombardo, o CEO da Omie.  

Fundada há nove anos por André Fonseca, a Bornlogic começou oferecendo um algoritmo de machine learning para melhor alocação dos recursos reservados para campanhas de marketing digital. O negócio evoluiu e hoje a startup tem uma plataforma que oferece insights para as empresas, os vendedores e o time marketing – como dados sobre quais campanhas performam melhor, em qual canal e formato, entre outros – para que os próprios vendedores criem conteúdos mais eficientes, digamos. Por meio da plataforma as empresas clientes também fazem a distribuição da verba de publicidade entre as várias lojas e vendedores. 

“Para melhorar as estratégias comerciais, o varejo e a indústria precisam ir além das métricas de alcance e engajamento. Entregamos dados de Vendas de Produtos, Categorias e Marcas medindo o retorno prático, como o aumento nas vendas e a performance de cada vendedor. Hoje ninguém traz esses dados, que são fundamentais para estratégias mais robustas”, explicou Fonseca.

LEIA TAMBÉM: Interesse nos FIDCs se renova como opção de captação de investimentos entre fintechs

Os vendedores, e agora criadores de conteúdo, também têm acesso a um aplicativo que fornece dicas e ideias de vídeos elaboradas pela empresa e pelo sistema de machine learning da Bornlogic, com sugestões por exemplo de qual produto anunciar. Para evitar qualquer problema para a imagem da empresa, a startup também criou um sistema de curadoria, em que antes de ser distribuído no Facebook, Instagram ou TikTok, o conteúdo precisa ser aprovado por um gerente da loja. 

Segundo a Bornlogic, no último ano as empresas clientes – entre elas Magazine Luiza, Renner, Americanas, Via e Carrefour – veicularam mais de 7 milhões vídeos produzidos a partir dos insights gerados pelo algoritmo da startup. Desde 2013, a startup é parceira de negócios da Meta, desenvolvendo inteligência artificial para compra de mídia otimizada de grandes marcas. A virada de crescimento da Bornlogic aconteceu justamente quando a empresa mostrou aos varejistas e à indústria que colocar os vendedores como protagonistas no mundo digital acelerava as vendas e melhorava o relacionamento com os consumidores.

LEIA TAMBÉM: Infleet, startup de logística de frotas corporativas, levanta R$ 2,6 milhões

“Quando o vendedor sai de trás do balcão e cria conteúdo autêntico, personalizado e regional nas redes sociais, ele se conecta aos consumidores com níveis de relacionamento disruptivos. Essa habilidade de encantar os clientes foi prejudicada com a separação do mundo físico e virtual. Mas a transformação digital dos vendedores retoma a capacidade de varejistas e fabricantes melhorarem a experiência de compra dos consumidores”, disse Fonseca. 

A Bornlogic trabalha com modelo de assinatura mensal baseada na quantidade de lojas e vendedores cadastrados na plataforma, além de cobrar um take rate nas vendas virtuais e presenciais geradas a partir das campanhas criadas por meio da tecnologia da startup. Fonseca explicou que para mapear essas vendas em lojas físicas, a Bornlogic criou um sistema conectado ao ERP do cliente, dessa forma, se a venda de um produto aumenta depois de uma campanha, a startup consegue atribuir ao menos parte desse aumento à solução.

LEIA TAMBÉM: Sou+Favela lança streaming com conteúdo cultural e jornalístico para favelas

A Série A acontece um ano após a rodada Seed; nesse período, segundo a startup, o faturamento anual saltou 243% e a carteira de clientes passou de 27 para 65. O novo investimento foi captado com o objetivo de bancar o desenvolvimento de soluções específicas para players da indústria e de serviços, como a criação de redes de vendas descentralizadas, além de escalar a operação.

De acordo com Marcelo Sato, sócio da Astella, a gestora decidiu investir na Bornlogic pela originalidade e potencial de escala do produto desenvolvido pela startup. “Ninguém no mercado oferece uma solução como essa. A integração da jornada de compra no ambiente presencial e virtual já é parte da realidade, e a comunicação mais próxima do consumidor faz total diferença no processo de fidelização. O potencial da Bornlogic é enorme, a solução pode ser replicada nos mais diversos setores.”