Em um momento em que fintechs como o Nubank desafiam os grandes bancos no Brasil e se expandem pela América Latina, o Bradesco começa a considerar expandir suas operações de banco digital para países como Estados Unidos e México. A informação foi revelada pelo presidente-executivo da instituição, Octavio de Lazari, em teleconferência com analistas. “Temos muitas oportunidades que vamos aproveitar”, avisou.
A operação de banco digital do Bradesco envolve atualmente três bancos digitais: Next, Digio e Bitz. Lazari disse que, por enquanto, não há planos de integrá-los, pois isso pode prejudicar a atração de clientes. Ele acrescentou que a unidade de cartões de crédito do banco no México – onde tem 2,8 milhões clientes – tem tido bom desempenho e pode ser usada como plataforma para um banco digital.
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O Bradesco tem fortalecido seu braço de banco digital nos últimos anos. O passo mais recente foi concluído em outubro, quando o Bradesco comprou a fatia de 49,99% do banco digital Digio que pertencia ao Banco do Brasil por R$ 625 milhões, passando a deter 100% do banco digital.
Em comunicado ao mercado, o Bradesco informou que a transação está alinhada com a estratégia do banco de investir em empresas digitais, complementando de maneira diversificada a sua atuação e atingindo variados públicos, com diferentes modelos.
Já a carteira digital Bitz começou a operar em setembro do ano passado e, em setembro desse ano, foi a segunda carteira digital mais baixada no Brasil, com 1,1 milhão de downloads. O negócio mais antigo do Bradesco nessa frente, o banco digital Next, foi criado em 2017 e bateu recentemente a marca de 7 milhões de clientes.
Lazari também deu um tom positivo às perspectivas para o Bradesco, dizendo que o banco deve apresentar crescimento nas receitas de tarifas acima da inflação em 2022, apesar de uma perspectiva econômica mais pessimista para o país.
Na semana passada, Lazari havia dito que a carteira de empréstimos do banco deve crescer dois dígitos em 2022, enquanto os custos provavelmente continuarão crescendo abaixo da inflação.