- O Mercado Pago argumentou que a Hub Prepaid poderia fornecer dados transacionais do Mercado Pago para a Magalu, prejudicando a concorrência;
- O Cade entendeu que a Hub é proibida de fornecer essas informações à Magalu e autorizou a operação.
O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu, nesta quarta-feira (14), pelo não provimento do recurso do Mercado Pago, braço de pagamentos do Mercado Livre, sobre a aquisição da fintech Hub Prepaid pela Magalu. O Cade autorizou a operação de compra (iniciada no ano passado e aprovada pela Superintendência-Geral do Cade em março) sem restrições.
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A Magazine Luiza comprou 100% da Hub por R$ 290 milhões, incluindo as subsidiárias Hub Pagamentos, Hub Benefícios, Paypaxx e Hub Argentina. A questão foi levada ao Tribunal do Cade por meio de recurso interposto pelo Mercado Pago, terceiro interessado no processo (além da Magalu e da Hub Prepaid), contra decisão da Superintendência-Geral. O Mercado Pago argumentava que faltou instrução do caso pela Superintendência, o que teria levado a uma compreensão incorreta da obtenção de dados sensíveis de transações do Mercado Pago pela Hub Prepaid. Segundo o Mercado Pago, a Magalu teria adquirido a Hub por conta de sua base de dados.
O Mercado Pago foi cliente da Hub de janeiro de 2016 até janeiro de 2021. Nesse período, a Hub teria agregado informações de transações de compra, transacionais de carga de cartão via loteria e transações de saques do Mercado Pago, o que poderia ser usado pela Magalu, prejudicando a concorrência. Já a Magalu argumenta que a aquisição agregará à varejista a entrada em serviços financeiros como fornecimento de cartões pré-pagos e contas virtuais para seus clientes.
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Segundo a conselheira relatora do caso, Paula Azevedo, pairam dúvidas sobre as estratégias que poderiam ser usadas pela Magalu com esses dados, por serem transacionais e não de ponta-a-ponta. Além disso, segundo Azevedo, os termos contratuais e a regulação do Banco Central impedem que a Hub forneça os dados do Mercado Pago para a Magalu. “Nos elementos contratuais constam causas de confidencialidade voltadas justamente para que instituições não possam explorar esses dados”, disse.
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O entendimento da relatora foi seguido pelo Tribunal. Mais cedo nesta quarta-feira, a Magalu anunciou sua 6ª aquisição em 2021: a plataforma de conteúdo geek Jovem Nerd.