- Fundada há cinco anos e operada e investida por empreendedores, o Canary já realizou cheques em mais de 100 empresas na América Latina;
- Juntos, Canary e Atlantico já têm mais de R$ 3 bilhões sob gestão.
A empresa brasileira de capital de risco Canary anuncia nesta quarta-feira (10) que levantou um novo fundo de US$ 100 milhões – o terceiro fundo de investimentos do VC – dedicado a fazer o primeiro aporte em empresas na América Latina.
“Quando criamos o Canary, em 2017, tínhamos a convicção de que o mercado de inovação e tecnologia latino-americano ia maturar, com muitas oportunidades para grandes negócios e, principalmente, pessoas brilhantes dispostas a empreender. Nos posicionamos desde o começo como primeiros investidores institucionais de novas empresas e ficamos muito felizes ao ver que a nossa crença estava correta. De lá para cá, o ecossistema de startups na região evoluiu muito”, diz Marcos Toledo, co-founder e managing partner do Canary, em comunicado à imprensa.
Fundada há cinco anos e operada e investida por empreendedores, o Canary já realizou cheques em mais de 100 empresas na América Latina — usando seus dois primeiros fundos, com captação de US$ 45 milhões e US$ 75 milhões, respectivamente, em 2017 e 2019.
Ao todo, as companhias investidas pelo Canary já realizaram 69 rodadas subsequentes, levantando US$ 2,3 bilhões em novos investimentos e gerando mais de 5,4 mil empregos diretos por toda a região. No portfólio do Canary há 10 empresas com avaliação de mercado acima de US$ 100 milhões e algumas acima de US$ 500 milhões.
O Canary já investiu na Buser, Sallve, Hashdex, Facily, e Trybe. Segundo a empresa, o novo fundo é focado em early stage e em parcerias locais com grandes firmas de VC globais, como já faz com nomes como a16z, Dragoneer, SoftBank, Ribbit e QED.
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“A América Latina teve uma explosão na atividade de startups nos últimos anos, especialmente com fintechs combatendo problemas para uma população gigante e muitas vezes, mal servida. Acreditamos que estamos só no começo e que há grandes oportunidades para a região”, diz Angela Strange, general partner na Andreessen Horowitz. “O Canary tem sido um parceiro confiável e bem-conectado na região, enquanto continuamos a apoiar grandes empreendedores.”
“Quando começamos a modelar o que seria o Canary, em 2017, a tese era que existia um movimento macro de pessoas muito talentosas saindo de carreiras mais tradicionais e começando novas empresas ou se juntando a novos times. Isso de fato tem acontecido, mas numa velocidade muito mais rápida do que imaginávamos. A América Latina ainda apresenta desafios enormes para serem atacados e hoje empreendedores e empreendedoras têm acesso a capital intelectual e financeiro como nunca tiveram antes”, ressalta Toledo.
“Mais do que apenas investir nos times mais ambiciosos, nós criamos uma rede poderosa, capaz de trazer conhecimento, conexões e ajudas técnicas para as nossas investidas, incentivando e abrindo caminhos para o empreendedorismo na América Latina.”
O Canary conta com um time de 20 pessoas. O mesmo grupo de investidores-empreendedores que está por trás do Canary criou o fundo Atlantico, voltado para investimentos em empresas mais maduras, que já têm fit com o mercado e estão prestes a escalar.
Em 2020, o Atlantico, comandado pelo sócio Julio Vasconcellos e com processo decisório e operação totalmente independentes do Canary, captou aproximadamente US$ 80 milhões com investidores e já fez 13 investimentos.
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“Identificamos que há, no mercado latino-americano, uma necessidade grande de investimentos e de apoio para empresas que têm product-market fit e estão na iminência da escala. No Atlantico, temos auxiliado as investidas com a nossa expertise e com estudos e dados sobre a região. Os sócios têm muita experiência e já fundaram empresas de sucesso no Brasil e nos Estados Unidos”, afirma Vasconcellos.
Juntos, Canary e Atlantico já têm mais de R$ 3 bilhões sob gestão. “Desde o começo, tivemos a visão de que a América Latina como um todo tinha um grande potencial para novos negócios, mas decidimos focar inicialmente no Brasil para comprovar nossa hipótese”, afirma o managing partner do Canary.
“Ao longo do tempo, fomos intensificando nossa atuação no continente e hoje temos orgulho de investir em empresas operando em países como México, Argentina e Colômbia.”
Ao todo, a expectativa do Canary é de investir em cerca de 50 empresas com este novo fundo, cujos trabalhos se iniciaram no segundo semestre de 2021. “Acreditamos que founders excelentes sempre vão achar um caminho para construírem os melhores negócios. Por aqui, somos especialistas em encontrar as melhores pessoas, com ambição compatível com a nossa, e ajudá-las nessa caminhada”, ressalta Izabel Gallera, partner do Canary.
Não à toa, o Canary já investiu em founders antes mesmo de seus negócios existirem ou estarem definidos, como no caso da Trybe. “Sempre buscamos fazer negócios com gente que a gente admira. Escolhemos o Canary como nosso investidor justamente por conta das pessoas que são parte da firma”, diz Matheus Goyas, co-founder e CEO da startup.