- O valor acordado no TAC será destinado, principalmente, a bolsas de estudo, campanhas educacionais, projetos sociais e qualificação profissional para negros e negras;
- O cumprimento das iniciativas definidas será verificado por uma auditoria externa;
- Ainda segundo a empresa, 85% desse montante já está provisionado no balanço da companhia.
Por meio de um fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira à noite, o Grupo Carrefour Brasil, na figura do Atacadão, informou a que assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, Ministério Público do Trabalho, e Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, além de determinadas organizações não governamentais, “em relação ao evento ocorrido na loja Carrefour localizada no bairro de Passo D’ Areia, em Porto Alegre/RS, em 19 de novembro de 2020.”
Naquele dia, João Alberto Freitas, um homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte no estacionamento de uma das lojas da rede de supermercados em Porto Alegre. O caso é emblemático, aconteceu no Dia da Consciência Negra no Brasil (20 de novembro), e desencadeou uma série de protestos contra o racismo no país.
No TAC, que tem vigência de três anos, a empresa ratifica compromissos já assumidos pelo Grupo Carrefour Brasil desde o episódio, e amplia o montante do fundo que financiará essas medidas para R$ 115 milhões.
O valor acordado no TAC será destinado, principalmente, a bolsas de estudo, campanhas educacionais, projetos sociais e qualificação profissional para negros e negras. O cumprimento das iniciativas definidas será verificado por uma auditoria externa. Ainda segundo a empresa, 85% desse montante já está provisionado no balanço da companhia.
Como parte desses compromissos assumidos, no início de junho, o Grupo Carrefour Brasil lançou três editais para o financiamento de projetos de empreendedorismo negro e combate ao racismo. A ideia é que os editais beneficiem cerca de 40 organizações e coletivos das cinco regiões do Brasil.
Os editais foram desenvolvidos com apoio da KLID, consultoria que ajuda organizações interessadas em apoiar causas sociais, e o total dos investimentos neste primeiro ciclo chega a R$ 2 milhões. Os recursos serão aplicados durante 1 ano com possibilidade de extensão do projeto, a depender de avaliação.