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Cayena, marketplace para restaurantes, levanta R$ 20 milhões em Série A liderada pela Picus Capital

A startup criou um marketplace que conecta estabelecimentos a fornecedores, digitalizando o processo de compra de insumos

Cayena, marketplace para restaurantes, levanta R$ 20 milhões em Série A liderada pela Picus Capital
Fundadores da Cayena, Raymond Shayo, Pedro Carvalho e Gabriel Sendacz. Foto: Tiago Queiroz/Cayena
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A startup Cayena, que desenvolve soluções voltadas para o setor de alimentação, levantou uma rodada Série A de R$ 20 milhões liderada pelo fundo europeu Picus Capital. O aporte contou com a participação do fundo chinês MSA Capital, da Astella Investimentos, da Coca-Cola Femsa, do FJ Labs, que tradicionalmente aposta em marketplaces e já investiu em empresas como Airbnb e Uber, do Noa Capital, do Tap Development e do Grão VC. Investidores iniciais da startup, a Canary e o fundo Norte Ventures completaram a rodada.

Fundada no segundo semestre de 2019 por Gabriel Sendas, Pedro Carvalho e Raymond Shayo, a Cayena é um marketplace B2B que conecta restaurantes, bares hotéis, dark kitchens – qualquer estabelecimento com cozinha comercial – a fornecedores, oferecendo uma experiência de compra de insumos totalmente online, com entrega em até um dia e frete grátis. Pela plataforma da Cayena, disponível em site ou app, os estabelecimentos conseguem pesquisar o estoque de vários fornecedores e fechar o negócio ali mesmo.

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O mercado em que a Cayena atua combina dois fatores atrativos para startups: é pouco digitalizado e enorme. Só no Brasil, são mais de 1,3 milhão de estabelecimentos que produzem refeições. A demanda do setor por insumos resultou em vendas de R$ 573 bilhões no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). 

O modelo de marketplace B2B também tem se mostrado uma aposta acertada. Dados da consultoria iBe TSD apontam que o formato pode movimentar até US$ 3,6 trilhões em 2024, globalmente. 

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“Vemos a dinâmica de marketplaces B2B com muito otimismo, em uma tendência global. É um modelo complexo de ser tirado do papel. No B2B, indicadores de ticket médio e recorrência são muito mais atrativos. Além disso, o maior nível de exigência dos clientes no B2B cria oportunidades de serviços e monetização que vão muito além de taxas sobre volumes transacionados”, explicou Julian Roeoes, sócio da Picus Capital.

“Acreditamos muito neste modelo de marketplace B2B como forma de melhorar o mercado mais essencial do mundo: o da alimentação. Conseguimos alinhar os interesses das partes envolvidas ao otimizar a operação dos fornecedores e fazer com que bons restaurantes sejam também, cada vez mais, bons negócios”, disse Carvalho.

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De acordo com a startup, a plataforma tem cerca de 2.000 restaurantes clientes e intermedia a compra de insumos equivalentes a mais de 500 mil refeições por mês. Em 2020, durante a pandemia, registrou um crescimento de 30 vezes. A meta agora é superar os R$ 100 milhões em vendas no próximo ano.  

Os recursos captados com os investidores serão destinados para aumentar a equipe, especialmente o time de tecnologia, para aprimorar o produto e a experiência do usuário. “Percebemos que o food service não precisa de mais caminhões ou galpões, mas sim de mais tecnologia”, disse Carvalho. A startup pretende contratar 100 novos profissionais em doze meses.