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Brasil abre consulta pública para regulação de produtos de base vegetal

O governo brasileiro pretende ouvir food techs e outros agentes envolvidos na produção dos chamados alimentos plant-based

Prato com maionese a base de plantas
Foto de divulgação da NotMayo, a maionese a base de plantas da NotCo. Foto: NotCo/Divulgação.
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  • A regulação não é de interesse só das startups do setor. Nos últimos cinco anos, a indústria de base vegetal começou a atrair grandes investidores em todo o mundo – levando também gigantescas empresas de alimentos, como JBS, Tyson Foods, Unilever e Nestlé, a fazer aquisições e investir nesse mercado;
  • Segundo informações do The Good Food Institute (GFI), estima-se que o mercado global desse segmento atinja entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até 2035. 

O Ministério da Agricultura abriu nesta sexta-feira uma consulta pública que poderá ser a base para a regulação a regulação dos produtos processados de origem vegetal, conhecidos como plant based, no país. O prazo para contribuições é de 90 dias. O governo brasileiro está interessado em ouvir food techs e outros agentes diretamente envolvidos na cadeia de produção desses alimentos alternativos.

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O Brasil é cobiçado não só pelas food techs nascidas aqui, como Fazenda Futuro, avaliada hoje em mais de R$ 715 milhões, mas de concorrentes latino-americanas, como a chilena NotCo.

Nos últimos cinco anos, a indústria de base vegetal começou a atrair grandes investidores em todo o mundo – levando também gigantescas empresas de alimentos, como JBS, Tyson Foods, Unilever e Nestlé, a fazer aquisições e investir nesse mercado.

Segundo informações do The Good Food Institute (GFI), estima-se que o mercado global desse segmento atinja entre US$ 100 bilhões e US$ 370 bilhões até 2035. 

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Em termos de comportamento, o que realmente está impulsionando essa indústria ao redor do mundo são os flexitarianos: pessoas que consomem proteína animal e seus derivados, mas devido a condições médicas ou apenas ao estilo de vida, estão optando por comer cada vez menos sem perder o sabor, cheiro e textura desses alimentos.

Há razões também para além da mudança de hábitos alimentares. Em 2017, a FAO lançou um documento onde previa que a população mundial deveria crescer para quase 10 bilhões até 2050, aumentando a demanda agrícola em cerca de 50% em comparação com o status de 2013. Essa previsão foi feita considerando um cenário de crescimento econômico modesto. Desde então, a capacidade agrícola aumentou, mas o mundo também acumulou crises financeiras locais e regionais, uma desaceleração do crescimento das maiores potências mundiais, além de, enfim, uma pandemia sem precedentes. O desperdício de alimentos também tem um peso significativo nessa equação.