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Correios pede mediação no Tribunal Superior do Trabalho para encerrar greve da categoria

Os Correios afirmam que a questão terá seu desfecho na Justiça por não haver acordo com sindicatos de trabalhadores

Carteiro trabalhando durante a pandemia no Rio de Janeiro.
Carteiro trabalhando durante a pandemia no Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
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  • Segundo federação que representa a maior parte dos sindicatos dos trabalhadores dos Correios, uma primeira audiência de mediação do conflito acontece nesta quarta-feira;
  • Trabalhadores dos Correios estão em greve há uma semana, insatisfeitos com a decisão do Supremo Tribunal Federal que suspendeu norma que norteava a negociação do acordo coletivo da categoria com a estatal.

Os trabalhadores dos Correios estão em greve desde a semana passada e como não há acordo com os funcionários, a estatal ajuizou nesta terça-feira (25) um Dissídio Coletivo de Greve no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para cessar a paralisação dos trabalhadores.

Segundo os Correios, desde o início de julho a empresa vem tentando negociar com os sindicatos os termos da negociação do acordo coletivo da categoria. “Dando continuidade às ações de fortalecimento de suas finanças e consequente preservação de sua sustentabilidade, a empresa apresentou uma proposta que visa a adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal”, afirmou a estatal.

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A federação dos sindicatos dos carteiros, Fentect, disse ao LABS que o Ministério Público do Trabalho fez um pedido de mediação no TST e logo em seguida surgiu o pedido de negociação dos Correios para julgar a natureza do conflito trabalhista. “O regimento interno do TST e a CLT propõem que antes do julgamento do conflito haja uma audiência de conciliação, que será amanhã às 14h”, disse Emerson Marinho, secretário de imprensa da Fentect.

Segundo ele, haverá audiência de mediação entre os Correios e a representação dos trabalhadores com um integrante do TST, que pode ser o magistrado Luiz Phillipe Vieira de Mello Filho, atual vice-presidente do TST. A representação dos Correios foi dada a ele. “Se amanhã a mediação não avançar, pode voltar ao dissídio coletivo que a empresa pediu, e uma audiência de conciliação entre as partes. Nós da Fentect estaremos prontos para participar tanto amanhã quanto na audiência de conciliação se convocada pelo TST ”, disse Marinho.

Quanto tempo vai durar a greve dos carteiros?

Segundo Marinho, a greve continua e está ganhado corpo após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido, nesta segunda-feira, pela manutenção da suspensão da sentença normativa que estava em vigor.

“Estimamos que 70% dos trabalhadores estão em greve. Temos várias manifestações pelo país e teremos um ato nacional na quinta-feira, às 10h, em frente aos bancos de sangue”, disse Marinho. Será um ato solidário, já que os trabalhadores vão promover uma doação coletiva de sangue após a manifestação.

“Se não houver proposta, a greve continua e a orientação é para que os trabalhadores ampliem com atos com piquetes em frente às unidades dos Correios”, disse.

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Os Correios, por outro lado, apontam que os vencimentos de todos os empregados seguem resguardados e que os trabalhadores continuam tendo acesso a vários benefícios, como, por exemplo, auxílio-creche e vale-alimentação em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador. “Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de Distribuição/Coleta, Tratamento e Atendimento –, os respectivos adicionais”, diz a estatal.

“A paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da COVID-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade”, alega os Correios.

Os Correios afirmam ter preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT para os empregados. A empresa disse ainda que aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na justiça.