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A startup Yes We Grow quer ser a “Apple da agricultura urbana”

A startup desenvolve uma horta inteligente e produtos para donos de planta que têm muita pressa e pouca habilidade

Yes We Grow
Rafael Pelosini, André Moraes Barros e João Levy, os fundadores da Yes We Grow. Foto: Yes We Grow/Divulgação
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Uma das mudanças trazidas pela pandemia de COVID-19 foi o aumento do tempo que as pessoas passam em casa. E a startup de agricultura urbana Yes We Grow, de produtos para quem quer realizar o próprio cultivo de alimentos e plantas ornamentais, viu nesse período o momento ideal para colocar o pé no acelerador.

A startup mais do que triplicou de tamanho em 2021. Além de ultrapassar a marca de 20 mil consumidores, a Yes We Grow faturou R$ 4 milhões no último ano. Para 2022, a empresa quer multiplicar o faturamento em quatro ou cinco vezes, o que deve ser impulsionado com uma rodada Série A que a startup deve anunciar nos próximos meses.

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Segundo o CEO da Yes We Grow, Rafael Pelosini, a ideia da startup é ir além do hobby e devolver para os consumidores — principalmente os que moram nas cidades — a habilidade de cultivar seus próprios alimentos. “Perdemos essa habilidade no século passado com a industrialização. As grandes corporações pegaram o assunto cultivo para elas”, aponta Pelosi.

Na visão dele, a Yes We Grow pode ser uma espécie de “Apple da agricultura urbana”. Traduzindo: a empresa quer ter produtos com tanto apelo entre os consumidores quanto os iPhones da big tech, além de fomentar novos hábitos, nesse caso, o cultivo de alimentos em casa. 

Adubo em cápsulas e “terra premium”

A companhia tem como carro-chefe um kit de horta inteligente, que conta com um sistema de iluminação e irrigação automatizada. Além de permitir a plantação de maneira fácil, a horta tem capacidade para até seis plantas e um sistema autoirrigável com até 25 dias de autonomia. Porém, como Pelosini faz questão de ressaltar, a tecnologia não está envolvida apenas com gadgets e luzes de LED.

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O cofundador da Yes We Grow explica que uma série de inovações surgiram como uma forma de diminuir a frustração dos consumidores que perdiam suas plantas. Para tornar o cultivo mais prazeroso e fácil para os iniciantes, a companhia lançou um mix de plantio com nutrientes que substituem a terra e adubo em vasos e hortas. O “saco de terra sem terra” é um dos produtos que ajudaram a Yes We Grow a ganhar popularidade.

A companhia também desenvolveu uma forma de inserir um adubo em uma cápsula pensando em facilitar a vida dos agricultores urbanos e tornar o processo mais prático. “Tudo o que fazemos é baseado no que ouvimos da nossa comunidade de clientes. Existe uma demanda muito grande por cultivo, seja de plantas medicinais, de produtos para alimentação, plantas para ter num canto da casa ou que plantas que purificam o ar”, explica Pelosini

Era necessário oferecer um produto que pudesse trazer benefícios para toda a família e ainda fosse simples e eficiente para quem vive na correria do dia a dia  e deseja ter uma vida mais saudável

Rafael Pelosini, CEO da Yes We Grow. 

Atualmente, a startup oferece mais de 100 produtos ligados ao plantio que vão desde sementes, vasos, regadores até adubos e fertilizantes. O executivo revela que a Yes We Grow sonha em se tornar uma marca global e acredita que há uma janela única de oportunidade para desenvolver startups de agricultura urbana. 

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Nessa missão, a recorrência é uma aliada essencial. Hoje, no faturamento anual da startup, cerca de 30% provém de clientes realizando uma segunda compra. “A Yes We Grow nasceu para durar 300 anos. Queremos intensificar a nossa relação com a comunidade e trazer cada vez mais recorrência. Nós temos uma série de produtos que vão entrar em um plano de assinatura para facilitar a jornada dos consumidores”, conta o CEO da Yes We Grow.