A plataforma de benefício corporativo de produtos educacionais Education Journey recebeu R$ 1,2 milhão em uma rodada pré-seed. Os fundos Latitud Fund, Norte Capital, SaasHolic e o fundador da 99 e Yellow, Ariel Lambrecht, participaram do aporte. Com a rodada, a startup early-stage alcança um valor de mercado de US$ 5 milhões (cerca de R$26 milhões).
A demanda dos investidores foi maior do que a startup estava disposta a receber em uma rodada pequena para não diluir o controle da empresa. “Acredito que a alta procura confirma como o mercado de edtechs está aquecido tanto no Brasil como no mundo”, disse a educadora Iona Szkurnik, fundadora e CEO da Education Journey.
“Nossa rodada aconteceu de forma orgânica por fundos especializados em pre-seed, ou seja, aqueles que apostam no time, na ideia, e entendem o que são os primeiros cheques. Tínhamos em mente um valor atrelado a um percentual que nos deixasse confortável até a rodada de Seed, e fomos além da nossa meta por entender que tais parceiros são estratégicos. Nesse caso abrimos uma exceção e ficamos acima da nossa meta de investimento – e estamos muito felizes por tê-los juntos, estarmos construindo algo importante e resolvendo um problema grande, grave, e de impacto”, afirmou Szkurnik.
“Nossa rodada foi pautada em selecionar investidores com experiência no mercado e no setor, que pudessem agregar suas experiências, redes e talento para dar suporte ao crescimento da empresa, algo super importante no desenvolvimento de uma startup early-stage”.
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O dinheiro irá para tecnologia, desenvolvimento de produto e contratações de desenvolvedores. A startup quer dobrar o número de funcionários para 20 até o final do ano e alcançar 50 mil usuários nos próximos 12 meses.
“O time é formado por brasileiros apaixonados por inovação e educação que se reuniram pelo mesmo propósito. Contamos com novos talentos e profissionais que já passaram pelas melhores universidades do mundo, grandes empresas, escolas e unicórnios brasileiros”, disse Szurnik. A equipe é 100% remota, espalhada pelo Brasil e mundo.
Iona Szkurnik mora há oito anos em Menlo Park, na Califórnia. No ano passado, com a COO Marcela Quintela, co-fundou a Education Journey no Vale do Silício, mas a dupla escolheu começar as operações no Brasil.
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“Aqui no Vale do Silício eu testemunhei o potencial transformador das disrupções em diferentes indústrias. Mas, foi em meio à pandemia que eu enxerguei a oportunidade de construir uma plataforma com inúmeras possibilidades de aprender. Uma plataforma que concentra inovação e educação, para que mais pessoas avancem em sua jornada de vida”, disse.
“Tanto pela minha história, dos meus sócios e do time e pela nossa missão de retribuir e contribuir para o Brasil quanto estrategicamente, decidimos lançar nosso produto em primeira mão no Brasil“.
A Education Journey é um marketplace que faz o intermédio entre as edtechs, que ofertam os cursos, com as empresas que oferecem educação como um benefício flexível para seus colaboradores. “Estamos trabalhando muito perto das empresas para sugerir as trilhas de aprendizagem que mais se adequem às necessidades delas e com cursos que atendem exatamente o que elas precisam”, disse a CEO.
Os cursos passam por como aprender programação do zero, design thinking, growth hacking, avaliação de impacto ambiental até auto-gestão ágil.
O modelo de negócios da Education Journey é B2B2C, no formato de benefício corporativo flexível, ou seja, a empresa oferece uma plataforma para empresas subsidiarem a educação dos funcionários através de uma assinatura.
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“É uma opção da empresa se ela quer pagar a totalidade ou não. Nós propomos que as empresas subsidiem parte do pagamento para disponibilizar a nossa plataforma aos funcionários e estes, por sua vez, pagam uma coparticipação para assinar o plano que melhor se encaixar em suas necessidades e desejos”, explicou a executiva.
O sistema é integrado às edtechs parceiras por meio de APIs (Interface de Programação de Aplicações), permitindo que os colaboradores das empresas acessem cursos para aperfeiçoamento e requalificação e a Education Journey remunera essas edtechs através de um repasse dos cursos acessados.
Recentemente, a empresa entrou para o Latitud Fellowship, programa de empreendedorismo criado por Brian Requarth, fundador da Viva Real, que traz empreendedores de toda a América Latina e de diversos segmentos do mercado. O Latitud está com vagas abertas para o próximo programa, que será oferecido de graça para mulheres da América Latina.
Quanto mais edtechs, melhor
Para a Education Journey, edtechs não são concorrentes, mas parceiras de conteúdo. A empresa também tem como público-alvo startups em crescimento exponencial e multinacionais estabelecidas em uma jornada de transformação digital, “que são aqueles que compram a nossa plataforma para seus colaboradores como um benefício flexível”, explica Szkurnik. A executiva não divulga quais são as 16 edtechs e duas empresas que já tem como clientes.
“Nunca houve tanta oportunidade de transformar a educação como agora. A disrupção já iminente foi acelerada pela pandemia, o que forçou usuários a adotarem novas tecnologias e metodologias de ensino e aprendizado”, pontua.
O pulo do gato da Education Journey foram as parcerias com edtechs, “que penam para fazer suas ferramentas chegarem ao usuário final, muitas vezes enfrentando um alto custo para encontrar novos clientes”, segundo a CEO.
A Education Journey faz uma curadoria das soluções disponíveis de edtechs para agregá-las em pacotes que as empresas podem oferecer como um benefício corporativo flexível a seus colaboradores, e, futuramente, suas famílias. “Atacamos todos os lados desse problema. Portanto, esse cenário disputado e a entrada de novas edtechs vem para fortalecer e reforçar ainda mais a necessidade da nossa solução”.
Depois do Brasil, o plano das executivas é a expansão para a América Latina e mundo.