A HRTech Intera, startup de recrutamento digital, diz ter fechado 2021 com um crescimento de 125% em número de clientes e 265% em faturamento. A startup não quis revelar ao LABS seu volume de receitas, mas disse que intermediou a contratação de cerca de 1 mil profissionais de tecnologia no ano passado e que tem 120 clientes corporativos no momento.
Especializada nas áreas de tecnologia, vendas, dados e produto, a Intera tem ajudado grandes corporações como Azul, Ambev, Alpargatas, Gerdau e Ticket, no processo de transformação digital, trazendo para essas organizações os talentos necessários. Ao mesmo tempo, metade da carteira de clientes da startup é formada por unicórnios brasileiros, como Creditas, iFood, Hotmart, EBANX (dono do LABS), Quinto Andar, entre outros. Empresas do setor financeiro também estão entre os principais clientes da Intera, com nomes como XP Inc., Banco Itaú, Inter, B3, Dock Alelo e Avenue usando o serviço da HRTech para reccrutar talentos de tecnologia.
O último relatório da Brascomm (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) aponta que o Brasil possui um déficit de aproximadamente 24 mil especialistas em TI. Ainda em dezembro, a Federação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (conhecida também como Assespro) lançou um manifesto no qual aponta sua preocupação com o apagão de mão de obra no setor de TI. Assinado pelo presidente da entidade, Ítalo Nogueira, o documento classifica o cenário como “catastrófico” e prevê que o déficit de profissionais especializados deve bater os 450 mil em apenas três anos.
A Intera trabalha com o hunt hacking (recrutamento hacker), que cruza dados . Essa metodologia, criada pelos co-fundadores da Intera, Paula Morais e Augusto Frazão, faz o índice de assertividade dos processos seletivos chegar a 91%, segundo a própria empresa, e a média de tempo para o preenchimento de uma vaga cair 80% – em média, a Intera leva até 20 dias para selecionar e contratar um novo talento para seus clientes.
A empresa é remunerada por seus clientes por meio de uma assinatura mensal. Esse modelo de pagamento também é bom para os clientes, que veem os custos serem mais diluídos e caírem, segundo a Intera, até 40% em relação ao método tradicional, em que geralmente a empresa que faz intermediação da mão de obra fica com o equivalente ao salário da pessoa contratada pelo serviço.
“Estamos construindo a base para sermos a grande ponte catalisadora do mercado de trabalho para a nova economia”, afirmou “Quando são posições mais estratégicas e que exijam perfis mais seniores, esse desafio é ainda maior para o RH. Isso se dá por conta do grande volume de vagas abertas no mercado – e deve aumentar ainda mais nos próximos meses e anos -, somado à pouca oferta de candidatos para preenchê-las. Essa é uma das dores que atacamos, ao passo que percebemos que a falta de uma estratégia de “hunting”, ou seja, a de buscar profissionais qualificados, tem sido uma das entraves de insucesso e imprevisibilidade das contratações e, consequentemente, baixo crescimento em algumas empresas”, explicou Paula Morais, que também é CEO da empresa, em um press release. Além de Morais e Frazão, Juliano Tebinka, ex-MadeiraMadeira, também é sócio-fundador da Intera.
O próximo passo da Intera é “produtizar o serviço”, colocando na mão dos clientes as ferramentas para que eles mesmos possam buscar talentos usando a tecnologia da Intera. selecionem, eles mesmos, as pessoas como a Intera faz.