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Endeavor Brasil se compromete a ter 40% de representatividade de gênero e raça até 2025

Robson Privado, COO e co-fundador da unicórnio MadeiraMadeira, passou a integrar o conselho da Endeavor no Brasil

Robson Privado, COO e co-fundador da unicórnio MadeiraMadeira e novo membro do Conselho da Endeavor no Brasil. Foto: Divulgação/Endeavor
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A rede global de empreendedores Endeavor anunciou a meta de alcançar 40% de representatividade de gênero e raça em toda a sua rede no Brasil até 2025.

Robson Privado, COO e co-fundador da unicórnio MadeiraMadeira, passou a integrar o conselho da Endeavor no Brasil. O executivo tem como sua agenda pessoal o fomento à formação de mais pessoas negras no ecossistema empreendedor.

Privado é o primeiro homem negro do país a comandar uma empresa avaliada em mais de US$1 bilhão. “Eu tive a referência de um empreendedor negro dentro de casa e o privilégio do acesso a uma boa educação desde cedo. Sinto que é minha responsabilidade e parte do meu giveback ter uma agenda construtiva e multiplicar o meu impacto nesse sentido”, disse Privado. “Eu acredito que equidade social, educação e capital são o caminho para quebrar grandes barreiras para o desenvolvimento do Brasil“.

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A organização apoia e acelera scale-ups e trabalha com políticas públicas que simplifiquem o ambiente de negócios brasileiro. No primeiro semestre de 2021, a Endeavor contratou uma especialista em Diversidade e Inclusão, lançou – em parceria com o Distrito e B2Mamy – o Estudo Female Founders, e rodou o primeiro Censo com a rede.

O Censo muniu, pela primeira vez, a organização com indicadores de representatividade de gênero e raça e que refletem as disparidades do ecossistema. Entre as empreendedoras e empreendedores apoiados pela organização, 15% são mulheres e 18% são pessoas negras. Na rede – que engloba mentores, embaixadores e conselheiros – esse total é de 17% e 8%, respectivamente. 

Em alguns recortes, no entanto, o Censo revela que a Endeavor conquistou marcas acima das registradas no ecossistema: 55% do time da organização é composto por mulheres e 14% por pessoas negras. Nos cargos de liderança, a presença de mulheres também é maioria (68%).

“Identificamos em nossa rede um problema que é estrutural e que não será solucionado de uma hora para outra. Com o compromisso de fomentar um ecossistema mais justo e equitativo, temos promovido conversas sobre o assunto, tanto nos programas de aceleração quanto junto ao time, e compartilhado materiais de estudo”, comenta Renata Mendes, Diretora de Relações Institucionais e Governamentais da Endeavor. “Desde o ano passado, estamos também convidando os empreendedores que fazem parte da rede para que se juntem à Endeavor no compromisso que estabelecemos até 2025”, completa. 

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A Endeavor tinha como meta inicial 30% da equipe pertencente a algum grupo de minorias e encerrou o primeiro semestre com 38% de representantes de grupos diversos. Agora, a ideia é avançar para 40%.

A organização disse que a presença de scale-ups aceleradas pela Endeavor comandadas por mulheres passou de 18%, em 2020, para 28%, nos seis primeiros meses deste ano – percentuais acima dos 9,4% observados no ecossistema (de acordo com o estudo Female Founders). 

“A falta de diversidade em espaços de privilégio social, como o próprio ecossistema de empreendedorismo, é um problema estrutural e, por isso, os frutos dos nossos esforços podem demorar para aparecer, mas assumimos o compromisso de advogar por mais essa bandeira em prol de tornar o ecossistema mais justo e equitativo”, diz Mendes.

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O mundo dos negócios tem caminhado cada vez mais em direção a políticas de diversidade. A Nasdaq está de olho nesses indicadores e obteve o endosso da SEC para implementar critérios para que as empresas tenham ao menos dois diretores de minorias sub-representadas, mulheres ou LGBTQ+.