A fintech de crédito brasileira Open Co anunciou um aporte de R$ 600 milhões em rodada de captação liderada pelo SoftBank Latin America Fund. Os atuais acionistas da empresa, incluindo Raiz Investimentos, International Finance Corportation (IFC) e LTS, também participaram da rodada.
Esse é o terceiro investimento recebido pela fintech desde sua fundação, em janeiro desse ano. Em março, a Open Co anunciou seu primeiro aporte, liderado pelo IFC, de R$ 150 milhões; em abril, a empresa captou R$ 1,5 bilhão por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) para ampliar a oferta de crédito.
Os recursos desse novo aporte serão usados para escalar as áreas de pessoas, tecnologia e produto. A fintech também planeja expandir o modelo de parcerias para financiar consumo no modelo buy now pay later.
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A Open Co foi fundada após a fusão de outras duas fintechs que tinham operações semelhantes, a Geru, fintech de crédito online fundada por Sandro Reiss, e a Rebel, fintech liderada por Rafael Pereira que utilizava inteligência artificial para fazer análise crédito.
Considerando o histórico da operação das duas empresas e as transações feitas depois da fusão, a Open Co já emprestou mais de R$ 2,3 bilhões, a taxas personalizadas que partem de 1,9% ao mês, e firmou parcerias com empresas como Ame, a carteira digital do grupo B2W, e Voltz, a conta digital da Energisa. No último ano, a empresa informa ter crescido três vezes e projeta um crescimento maior em 2022.
O carro-chefe da Open Co é a concessão de crédito sem garantias. Segundo a fintech, trata-se de um mercado que movimenta R$ 1,1 trilhão ao ano no Brasil, dos quais mais de R$ 700 bilhões correspondem a créditos rotativos, uma das modalidades mais caras, que ultrapassa os 300% de juros ao ano. O resultado da combinação da demanda por crédito com os juros altos são 62 milhões de negativados.
“A dificuldade no acesso ao crédito é uma das maiores questões sociais do Brasil. Com as taxas de juros nos patamares que vemos aqui, cresce a inadimplência; com o crescimento da inadimplência, os juros aumentam ainda mais. É um ciclo vicioso que queremos quebrar”, explica Reiss.
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Felipe Fujiwara, líder de investimento do SoftBank Latin America Fund, disse que a empresa decidiu investir na Open Co devido ao modelo de negócio que atende às duas pontas da cadeia de consumo. “Aumenta o acesso àqueles que têm limites baixos e juros altos e, ao mesmo tempo, a solução deles oferece aos varejistas a possibilidade de aumentar consideravelmente o tráfego, a conversão e o ticket médio das compras”.