- O futuro unicórnio latino-americano tem um cenário favorável para crescer em seu país de origem;
- De acordo com o estudo Global Findex do Banco Mundial em 2017, quando Ualá nasceu, apenas 48% dos argentinos tinham conta em banco;
- A carteira digital do Mercado Livre, MercadoPago, Brubank e o Nubank são os principais rivais da fintech por lá.
Cinco meses após sua chegada ao México, a fintech argentina Ualá, que oferece um aplicativo e outras ferramentas para a gestão de finanças pessoais, anunciou que já ultrapassou os 100 mil cartões de débito emitidos no país. Em entrevista ao El Economista, Ricardo Olmos, country manager da fintech no México, disse que o objetivo da empresa é a busca por “uma verdadeira inclusão financeira”, e a redução do uso de dinheiro vivo de maneira geral.
Devido à pandemia do novo coronavírus, houve um crescimento [de transações eletrônicas no país], acrescentou, mas não o suficiente para fechar a lacuna de inclusão financeira. Um novo relatório da Associação Mexicana de Vendas Online (AMVO), em colaboração com a Netquest, lançado na última semana, indica que apenas três em cada 10 usuários da Internet acessam serviços financeiros digitais no México – ou seja, há muito espaço para o crescimento dos neobancos na segunda maior economia da América Latina.
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Na Argentina, a Ualá tem 2,5 milhões de clientes com seu cartão. Com a pandemia, os argentinos tiveram que recorrer aos meios digitais para pagar suas contas. Desde então, o serviço de pagamento digital de contas da Ualá, que tem a Western Union como parceira, disparou.
Além da Western Union, a Ualá trabalha com o RapiPago e o PagoFacil, canais extra-bancários dedicados à cobrança de contas de serviços públicos e privados, e impostos na Argentina. O cartão pré-pago da fintech pode ser recarregado com RapiPago e PagoFácil ou até mesmo uma conta bancária tradicional.
O futuro unicórnio latino-americano tem um cenário favorável para crescer em seu país de origem. De acordo com o estudo Global Findex do Banco Mundial em 2017, quando Ualá nasceu, apenas 48% dos argentinos tinham conta em banco.
A carteira digital do Mercado Livre, MercadoPago, Brubank e o Nubank são os principais rivais da fintech por lá. Mas pode-se dizer que, na tentativa de transformar a economia argentina digitalmente, o maior adversário da fintech é mesmo o dinheiro vivo.