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Fintechs brasileiras já geram mais de 100 mil empregos

Com o boom do setor, número de fintechs ativas no Brasil chega a 1.289, de acordo com relatório da plataforma Distrito

Fintechs brasileiras já geram mais de 100 mil empregos
Top 100 fintechs do Brasil: a lista foi baseada no algoritmo Dataminer, que considera 7 variáveis, desde acesso ao site até estágio de investimento. Imagem: Fintech Report 2022/Distrito
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Dentro do ecossistema de startups no Brasil, apenas o de fintechs já é responsável pela geração de mais de 100 mil empregos. As fintechs de meios de pagamento, serviços digitais, crédito e backoffice são as que mais empregam dentro do setor; 78% são empresas de até 50 funcionários, no entanto, as fintechs com mais de 100 colaboradores aumentaram 2.5% em relação ao ano anterior. 

Os dados são do Fintech Report 2022, produzido pela plataforma Distrito, que mapeou 1.289 fintechs brasileiras atuantes em 14 categorias: crédito, meios de pagamento, backoffice, serviços digitais, tecnologia, criptomoedas, investimentos, risco e compliance, fidelização, finanças pessoais, crowdfunding, dívidas, câmbio e cartões. 

Fintechs por categorias e subcategorias. Imagem: Fintech Report 2022/Distrito


O mapeamento mostrou que o ecossistema de fintechs do Brasil viveu seu maior salto de crescimento nos últimos cinco anos, de 2016 para cá, quando surgiram 819 novas companhias no mercado. O desenvolvimento do setor segue o bom momento de todo o ecossistema de inovação do país – no ano passado, as startups voltadas às soluções financeiras levaram 40% dos US$ 9,4 bilhões investidos em startups brasileiras

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Além disso, as fintechs desempenham um papel importante no processo de inclusão financeira e, segundo o Distrito, sendo ainda um setor com muitos players jovens, elas têm bastante espaço para o desenvolvimento de soluções de nichos, que ainda não têm empresas dominantes. 

O levantamento aponta que a categoria de crédito é a mais representativa no ecossistema brasileiro, com 225 fintechs atuantes nesse mercado; em seguida vêm as fintechs de meios de pagamento (185) e backoffice (183), impulsionadas pelo crescimento do e-commerce em toda a América Latina. Quando se olha para o modelo, mais da metade das fintechs brasileiras (53,9%) são B2B, com soluções para outras empresas; as fintechs B2C hoje respondem por 25,9% do total. 

Top 10 fintechs brasileiras

Top 10 fintechs brasileiras: a lista é feita com base em um algoritmo de scoring que considera número de funcionários, faturamento presumido, funding captado e métricas de redes sociais. Imagem: Fintech Report 2022/Distrito


O relatório elenca ainda as 10 startups que consolidaram suas operações e marcas. Nessa lista, destaque para as fintechs de serviços digitais, em especial os bancos digitais, como Nubank, neon, Agibank e C6 Bank. Em seguida vêm três fintechs de meios de pagamento, PicPay, PagSeguro e EBANX; duas de seguros, a Creditas e a Pravaler; e uma de criptomoedas, o Mercado Bitcoin, que é também a fintech mais jovem da lista (e já é um unicórnio). 

A maioria das empresas do top 10 opera no modelo B2C, um modelo que garante maior capilaridade e reconhecimento junto aos consumidores do que o modelo B2B. 

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Tendências

Em um cenário de desenvolvimento que não dá sinais de desaceleração – ainda que, talvez, o volume de investimentos reduza na comparação com 2021, o ano dos recordes –, o relatório aponta para algumas tendências que o setor deve seguir, como o crescimento das fintechs de criptomoedas, que já somam 88 empresas e que devem se beneficiar do marco regulatório para operações com criptomoedas aprovado pelo Congresso, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários. 

Outro movimento importante para o ecossistema de fintechs do Brasil é o movimento de empresas de setores diversos buscando agregar serviços financeiros à atividade fim – o chamado “embedded finance”. Um grande exemplo disso são as grandes varejistas, como Magazine Luiza e Mercado Livre, que começam a oferecer contas digitais, crédito e e-wallets para seus clientes.