O fundador e CEO do SoftBank, Masayoshi Son, confirmou que o recente desempenho do Vision Fund e a avalanche de más notícias assustaram os investidores de seu futuro mega fundo.
Os lucros operacionais do grupo japonês caíram 99% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, para US$ 23,6 milhões, e o Vision Fund foi o principal responsável por essas perdas. O veículo de investimento de US$ 100 bilhões, criado em 2017 para injetar capital em startups de tecnologia, reportou perda operacional de US$ 2 bilhões.
“Após as [perdas do] WeWork e de outros problemas que tivemos, estou pensando em reiniciar [o segundo fundo] em uma escala menor com financiamento ponte e em assumir um desafio maior depois de construir um novo histórico”, Son disse durante uma entrevista coletiva em Tóquio.
No ano passado, o SoftBank anunciou que havia assinado memorandos de entendimento com vários parceiros para formar o Vision Fund 2. A empresa disse na época que esperava arrecadar US$ 108 bilhões de empresas como Apple, Microsoft, Foxconn e Standard Chartered.
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A tentativa fracassada da WeWork de abrir o capital e o declínio dos preços das ações da Uber “causaram preocupação entre os potenciais investidores do Vision Fund 2”, disse Son. O SoftBank gastou cerca de US$ 10 bilhões resgatando a WeWork no ano passado e o preço das ações da Uber perdeu cerca de 8% de seu valor desde a sua estreia na bolsa em maio – mesmo com uma recuperação nas últimas semanas.
“No momento, acho que nosso próximo fundo deve ser um pouco menor, porque causamos preocupações e ansiedade em muitas pessoas”, disse Son. O SoftBank comprometeu US$ 38 bilhões no Vision Fund 2, mas agora seu lançamento será provavelmente adiado.
O grupo japonês também está sofrendo pressão do fundo Elliott Management, que tem uma participação de US$ 2,5 bilhões no SoftBank e pediu ao conglomerado que desse mais transparência aos investimentos do Vision Fund e reformulasse sua governança.